Os sete candidatos que concorrem ao cargo de Presidente da República em Cabo Verde estiveram domingo no segundo e último debate promovido pela Televisão e Rádio públicas. O papel do chefe de Estado com a diáspora cabo-verdiana foi um dos temas marcantes como nos conta o correspondente da RFI, Odair Santos.
No segundo e último debate com os sete candidatos à presidência da República, a retoma económica, diplomacia e papel do Presidente da República com a diáspora cabo-verdiana foram os temas dominantes, com o candidato apoiado pelo PAICV, José Maria Neves a defender que, o chefe de Estado deve ser o símbolo da união dos cabo-verdianos.
“Relativamente à diáspora o Presidente da República deve ser o símbolo da união e deve trabalhar no sentido de mobilizar todas as capacidades e todas as competências da diáspora” disse José Maria Neves.
Carlos Veiga, candidato apoiado pela UCID e pelo MPD, defendeu a revisão da Constituição para que, os cabo-verdianos na diáspora possam também concorrer às eleições presidenciais.
“O artigo 110 (da Constituição) precisa [de] ser revisto. Precisa de ser revisto para mim de uma forma muito clara, no sentido do que não é necessário exigir uma residência de três anos em Cabo Verde para isso. Porque as novas tecnologias afastaram as distâncias e hoje, dos Estados Unidos ou da Europa, as pessoas sabem tudo o que se passa aqui pelas redes sociais e pelas novas tecnologias. A outra questão que pode ser discutida é, se um Presidente da República pode ter duas lealdades – uma nacionalidade cabo-verdiana e uma outra nacionalidade. Eu estou aberto a que se discuta em sede de revisão constitucional e que se chegue a um consenso” explicou Carlos Veiga.
Os candidatos, Casimiro de Pina, Gilson Alves, Hélio Sanches, Fernando Delgado e Joaquim Monteiro também estão de acordo que, o presidente da República deve promover um debate sobre a revisão da Constituição. As eleições presidenciais decorrem domingo,17 de Outubro de 2021.