A falta de indústrias e de desenvolvimento económico no corredor ferroviário Luanda/Cuanza Norte/Malanje impede o Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) de se tornar numa empresa rentável.
Segundo o presidente do conselho de administração do CFL, Júlio Bango, que falava na cerimónia de celebração do 130 º aniversário da empresa, para rentabilização da instituição seria importante fazer o transporte de mercadoria, de modo a dar autonomia financeira que cubra todas as suas actividades operacionais.
Júlio Bango Joaquim sugeriu a exploração das minas de ferro de Kassala Kitungo (Cuanza Norte) para o CFL fazer o transporte deste mineiro, para ajudar na sua rentabilização da empresa. “Mesmo com dez carregamentos diários seria possível caminho-de-ferro com autonomia financeira”, referiu.
“Quando foi reabilitado o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, para transportar o mineiro da Jamba foi o próprio investimento das minas que pagou a reabilitação do ramal, locomotivas e vagões e pela facturação conseguiu reaver os investimentos, desta forma pode-se ver o retorno, mas apenas levar passageiros nunca foi algum negócio para rentabilizar nem a infra-estrutura e nem o material”, exemplificou o gestor.
Disse que no interior não existe indústrias de transformação de bens e de outros produtos ou até mesmo grandes concentrações de produção agro-pecuária para que o CFL faça o transporte dessa produção.
Lembrou ainda que a linha começa na parte marítima de Luanda (Porto) e não recebe nenhuma carga para ser levada em alguns pontos do seu corredor (Luanda/Cuanza Norte/Malanje).
O ramal ferroviário do CFL conta com cerca de 425 km de extensão. (Angop)