Centenas de adolescentes foram raptados no noroeste da Nigéria pela organização jihadista, Boko Haram. Pelo menos 333 adolescentes são dados como desaparecidos depois que foi atacado o seu internato em Kankara no Estado de Katsina.
O grupo jihadista, Boko Haram, reivindicou hoje o rapto de várias centenas de alunos do secundário no noroeste da Nigéria, numa zona afastada do seu bastião alargando assim a sua faixa de influência.
Pelo menos 333 adolescentes são dados como desaparecidos depois que foi atacado o seu internato em Kankara no Estado de Katsina, no noroeste, na noite de sexta-feira para sábado.
O número de alunos nas mãos dos jihadistas não está claro tendo em conta que alguns deles conseguiram fugir na altura do ataque podendo estar perdidos.
Na sua conta Twitter, o governador do Estado de Katsina, Aminu Bello Masari afirmou que discussões estão em curso com os raptores para garantir a segurança dos alunos raptados e suas famílias.
Hoje numa mensagem gravada um homem que se apresentou como Abubakar Shekau, chefe histórico do Boko Haram, garantiu que os seus “irmãos estavam por trás do rapto de Katsina”.
Por seu lado, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, originário de Katsina, onde aliás se encontrava este fim-de-semana condenou o ataque e ordenou o reforço da segurança de todas as escolas.
A presidência nigeriana anunciou logo no sábado que o exército tinha localizado o paradeiro dos bandidos e que uma operação militar estava em curso.
Apesar deste rapto de massa ter trazido à memória o rapto de Chibok de 2014, quando 276 raparigas foram raptados, começou por ser atribuído a bandidos agindo sem motivações ideológicas e religiosas.
Grupos jihadistas alargam influência em toda a região saheliana
Vários especialistas da região alertaram há muito contra uma possível aproximação de bandidos aos grupos jihadistas que alargam a sua influência em toda a região saheliana do Mali aos confins do Lago Chade.
Circularam igualmente informações de que antigos combatentes que abandonaram o grupo jihadista Boko Haram ou Iswap, grupo Estado islâmico na África do oeste, tinham regressado às suas bases de origem, explica, Idayat Hassan, do Centro para a democracia e o desenvolvimento, dem Abuja.
Uma visão partilhada igualmente por Nnamdi Obasi, investigador nigeriano do International Crisis Group, que tinha publicado em maio um relatório no qual se mostrava preocupado com a expansão da influência de grupos jihadistas no norte da Nigéria, nomeadamente nos Estados do noroeste, como Katsina, Zamfara, Sokoto, Kaduna.