“O júri decidiu por unanimidade atribuir o Prémio à escritora moçambicana Paulina Chiziane, destacando a sua vasta produção e recepção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra”, anunciou nesta quinta-feira, 20, a ministra da Cultura de Portugal.
A Voz da América falou com Paulina Chiziane sobre a atribuição do prémio.
O que representa o prémio?
Não para mim, para o meu país, para toda África sofrida, colonizada, que luta para ficar de pé. Representa uma força de afirmação, que eu nem sabia que podia acontecer através de mim, por isso este prémio não é meu. É meu sim, porque eu é que pus o nome, mas tem raízes muito profundas.
Como vai celebrar?
Não sei, porque me apanhou de surpresa. Não tive tempo para pensar. Mas eu celebro, sim, a luta de todos aqueles que tudo fizeram para sermos o que somos. Celebro, sim, a luta de todos os que me fizeram gente, mulher consciente para puder escrever a memória do meu povo. É essa grande celebração que eu faço. E também celebro o futuro, porque a partir deste prémio muitos olharão e dirão ‘afinal é preciso lutar para ser aquilo que nós somos’.
Uma mensagem para os leitores?
Não para os meus leitores só, mas para toda a humanidade. Nós somos unos, somos únicos. Podemos ser diferentes na cor, raça, sexo, mas somos todos humanos. Temos que estar todos juntos na construção de um mundo muito mais agradável e feliz, como esta felicidade que eu recebi agora.