Nos últimos dias, o Cazaquistão tem sido alvo de protestos violentos que originaram várias mortos e feridos. Na última noite, os confrontos alastraram-se a praticamente todas a regiões cazaques. Em causa, a crise económica e energética que se vive no país.
O Cazaquistão está localizado na Ásia Central e é um país com uma enorme importância geoestratégica devido aos seus recursos naturais, dimensão e localização.
O Cazaquistão tem mais de 2,7 milhões de quilómetros quadrados de área, o que representa uma dimensão cerca de 5 vezes maior do que França e faz fronteira a norte com a China, a leste com a Rússia e a sul com o Turcomenistão, Uzbequistão e Quirguistão.
O país fez parte da União Soviética, mas decretou a sua independência em 1991, apesar de manter uma relação de proximidade com a Rússia, um dos seus principais aliados. A China, país vizinho, também vê no Cazaquistão um “parceiro” com diversas potencialidades.
Para além da dimensão territorial, o Cazaquistão é muito rico em recursos minerais, como é o caso do urânio.
O país é um dos principais produtores e exportadores mundiais deste mineral e, para além disso, também é rico em petróleo e gás condensado. E foi precisamente o aumento do preço do gás condensado, que foi o gatilho para as manifestações dos últimos dias, que já são consideradas as mais significativas dos últimos anos.
Os protestos no Cazaquistão, que duram há já 5 dias, subiram de tom na noite passada e alastraram-se a praticamente todas a regiões cazaques, o que já levou o Presidente, Kassym-Jomart Tokayev, a declarar estado de emergência na capital e a demitir o governo.