A ligação comercial de catamarã entre Cabinda e o Zaire começou a ser operacionalizada efectivamente, esta terça-feira, com apenas 40 passageiros a bordo da embarcação “Cacongo”, com destino à vila do Soyo.
Com o início deste serviço de transporte marítimo, coloca-se fim aos constrangimentos causados pela falta de alternativas seguras e menos onerosas para a deslocação ao resto do país, senão recorrer-se aos voos da TAAG.
Assim, ficam também ultrapassados os riscos por que muitos cidadãos passavam ao optar por embarcações artesanais de madeira, sem qualquer conforto e sob pena de naufragar, devido a sobrelotações e instabilidade das mesmas.
Até então, os habitantes de Cabinda enfrentavam enormes dificuldades para viajarem para as outras província de Angola, sobretudo para a capital (Luanda), por causa da acentuada procura dos serviços da TAAG, que todos os dias voa com o avião lotado.
Para João Martins, da Sécil Marítima, o catamarã é um grande alívio para as populações da província de Cabinda por resolver e melhorar a oferta de transporte de pessoas e bens para outros pontos, agora por via marítima.
Com efeito, os passageiros têm de desembolsar 15 mil kwanzas pelo bilhete, e cada tem o direito de 40 quilos de bagagem (em porão), para além de outros 8kg em mãos, para uma viagem de aproximadamente duas horas e meia.
Menores dos 0 aos 2 anos de idade estão isentos de pagar para terem acesso à embarcação e à viagem de navio catamarã, com capacidade para 350 passageiros, sendo 200 no interior e 150 na parte externa.
O Catamarã Cacongo está disponível para duas frequências semanais, às terças e quartas-feiras, e traduz-se num sonho para muitos habitantes do Enclave, e no concretizar de mais um projecto do Executivo nesse sector.
Na partida, era visível a satisfação e alegria dos primeiros 40 beneficiários desse serviço, inaugurado do quadro do projecto “Cabotagem Norte”, que reserva um terminal marítimo de passageiros em Cabinda e um fluvial no Soyo.
O de Cabinda, inaugurado pelo Presidente da Republica, João Lourenço, oferece todas as condições técnicas e operacionais para acomodação e movimentação de 300 passageiros em simultâneo, por ter várias salas de embarque e zona espaçosa de desembarque.
Nessa província do Norte de Angola, a actividade é suportada por um Cais Quebra-Mar, para atracagem dos catamarãs e dos ferryboats (embarcações mistas com capacidade para 60 passageiros, nove contentores de 20 pés e 10 viaturas.
De realçar que a circulação marítima entre Cabinda e à Vila do Soyo, na província do Zaire, era feita por embarcações artesanais a motor de popa, com insegurança e ao relento, com a passagem a custar cerca de 25 mil kwanzas por pessoa.