O ex-director do extinto GRECIMA, Manuel Rabelais, admitiu hoje, em tribunal, a possibilidade dos 98.141.632 de euros, de que é acusado de ter desviado do Estado para proveito próprio, serem o somatório das “cartas conforto” que aquela instituição fez junto do Banco Nacional de Angola (BNA) a favor de empresas de comunicação social públicas e privadas durante a sua gestão.
Ouvido na reabertura da audiência de discussão e julgamento no processo número 68/2018 por suposta gestão danosa de bens públicos no antigo GRECIMA, Manuel Rabelais citou as empresas Edições Novembro, EP, Angop, RNA, TV Zimbo, Interactive, Semba Comunicações (de Weliwítschia dos Santos “Tchizé”, filha do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos), e o Ministério da Comunicação Social.
“É possível que, com “cartas conforto” para o BNA possa ser esse o valor. Eu era o coordenador dos órgãos de comunicação social e a Organizações Chana fornecia viaturas a essas empresas”, disse Manuel Rabelais, perante uma sala reduzida a um terço da sua capacidade de cerca de 60 pessoas.
Questionado se conhecia o valor exacto, Manuel Rabelais disse que “é muito difícil responder a essa questão porque nem sempre o BNA atendia aos pedidos que o GRECIMA fazia aquela instituição bancária.