A filha de Agostinho Neto afirma estar a ser vítima de “uma vingança mesquinha desnecessária” e diz que não se vai render “à chantagem, ao abuso de poder, a uma justiça travestida de polícia política”.
Irene Neto, lha do primeiro Presidente da República, Agostinho Neto, e mulher do empresário Carlos São Vicente,fez chegar às redacções um comunicado em que afirma estar a ser vítima de um “massacre judicial e mediático” e de “uma intolerável interferência do Poder Político no Poder Judicial” que diz ser também “uma vingança mesquinha desnecessária”.
A médica oftalmologista, membro do Bureau Político MPLA, queixa-se da falta de solidariedade dos camaradas de partido, lembrando que tem as contas bancárias congeladas, e, por isso, está sem meios para fazer frente às suas despesas. “Tenho as minhas contas bancárias congeladas. Estou sem meios para prover as despesas quotidianas.
A vingança sobre mim e a minha família chegou a um ponto muito próximo de práticas fascistas de triste memória”, lamenta, acrescentando que não se vai render “à chantagem, ao abuso de poder, a uma justiça travestida de polícia política”.
Num comunicado em que, em tom de aviso, arma que “acabou o silêncio dos inocentes”, Irene Neto declara que o marido, Carlos São Vicente, detido preventivamente desde o dia 22 de Setembro por suspeita dos crimes de peculato, branqueamento de capitais e tráfico de influências, “é um cidadão honrado e cumpridor das Leis angolanas”.