O aumento da violência urbana em Cabo Verde, em particular na capital, Cidade da Praia, levou o Governo a procurar ajuda para uma combate integrado desse fenómeno que tem ganho proporções preocupantes.
Além das medidas de políticas, que passam principalmente pelo combate ao desemprego, o Executivo decidiu procurar as igrejas como braço do trabalho social e junto das famílias.
As instituições religiosas consideram que a situação é complexa, mas mostram-se como sempre, disponíveis para reforçar o trabalho no campo educativo e a base familiar.
A ministra da Justiça, Joana Rosa, iniciou contactos com líderes católicos na Cidade da Praia para afinar ideias e encontrar os melhores mecanismos para atenuar a onda de criminalidade que volta a preocupar a população e as autoridades.
“Sabemos que há uma vontade enorme das igrejas em envolver-se e ajudar para que haja paz social nas comunidades… mas as igrejas precisam de um sinal do poder público, por isso esses contactos que estamos a estabelecer”, explica Rosa.
Ante a complexidade do problema, o padre Edson Bettencourt enaltece a iniciativa da governante e diz que a Igreja Católica está sempre disponível a dar a sua contribuição, desde logo no reforço do trabalho educativo.
“Trata-se de uma tarefa árdua que começa muito cedo nas actividades de catequese com as crianças, sobretudo para se criar um ambiente e sentimento de paz nos corações e, depois também desembocará na paz social, por isso devemos trabalhar juntos, canalizamos as nossas forças, energias, capacidades e conhecimentos para sanar e curar a nossa sociedade”, diz aquele pároco.
A melhoria das condições socioeconómicas das populações é fundamental, mas não menos importante a formação base, moral e espiritual.
Neste capítulo o pastor Adérito Silves Ferreira diz que a Igreja do Nazareno está pronta para dar a necessária contribuição.
“As parcerias sempre foram importantes em outras áreas e obviamente penso que nesta área da criminalidade as confissões religiosas podem e certamente vão dar a sua ajuda, e a nossa contribuição inserida na problemática da família e é lá que vamos continuar a agir”, sublinha aquele líder.
A ministra da Justiça vai manter contactos com outras entidades religiosas.