O Movimento para a Democracia (MpD) continua a ser o maior partido autárquico em Cabo Verde mas as eleições de Domingo mostraram que o poder está a desgastar esta força política, como o deixa claro a derrota na Praia, a capital do arquipélago.
O histórico Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que subiu de duas para oito câmaras municipais, com a cereja em cima do bolo que é a cidade da Praia, pode celebrar esta “recuperação” do município capital mas não a vitória no país, onde o MpD, apesar de ter perdido quatro autarquias, continua a ser o partido com mais geografia arquipelar sob o seu domínio político. Para além do Governo central.
Dos 22 municípios do arquipélago, a Praia é a maior câmara municipal, destacada, tendo, por isso, um peso simbólico nas contas eleitorais autárquicas, e isso voltou a acontecer agora, nas oitavas eleições municipais, com o fim de 12 anos de poder do MpD e o regresso dos destinos da capital do país às mãos do PAICV, liderado por Janira Hopffer Almada, que ainda de madrugada veio a público enfatizar os bons resultados do seu partido.
Os resultados provisórios foram divulgados poucas horas depois do fecho das urnas, mostrando a robustez da democracia cabo-verdiana, onde as eleições autárquicas já têm lugar há mais de três décadas.
Mudaram de mãos nestas eleições, do MpD para o PAICV as autarquias, além da Praia, Tarrafal, São Domingos e Ribeira Grande, na ilha de Santiago, e a de São Filipe, na ilha do Fogo. O PAICV ficou ainda com a Boavista, que era liderada por independentes.
O MpD conquistou a uma lista de independentes a Ribeira Brava, na ilha de São Nicolau e manteve as câmaras de São Salvador do Mundo, São Lourenço dos Órgãos e São Miguel, em Santiago, Sal, Maio, Brava, Mindelo, ilha de São Vicente, Tarrafal (São Nicolau), Porto Novo, Paul e Ribeira Grande (Santo Antão).
Estavam inscritos para votar nestas 8ªs eleições em Cabo Verde cerca de 337 mil eleitores, mais 34 mil que em 2016.