Menos de 24 horas depois de ter sido derrotado no parlamento, o governo britânico liderado por Boris Johnson anunciou esta quinta-feira, que vai propor novamente na segunda-feira a realização de eleições legislativas antecipadas a 15 de Outubro.
Esta quarta-feira (4/09), escreve a RFI, Boris Johnson não conseguiu os 434 votos necessários (2/3 dos deputados) porque o partido Trabalhista se absteve, invocando a necessidade de ver promulgada a lei que trava um ‘Brexit’ sem acordo.
Por 327 votos a favor e 299 contra a Câmara dos Comuns aprovou o texto que obriga o primeiro-ministro a pedir a prorrogação do prazo de saída da União Europeia, caso não haja acordo até 31 de Outubro.
Entretanto, o governo facilitou o processo legislativo, que deve ser concluído na segunda-feira (9/09), removendo o principal obstáculo para a antecipação de eleições, que deverão ocorrer a 31 de Outubro.
A noticia está a ser ofuscada pela demissão do irmão de Boris Johnson, o deputado Jo Johnson de 47 anos de idade, do cargo de secretário de Estado da Educação.
Jo Johnson que foi ministro de David Cameron e de Theresa May, defende um novo referendo para desbloquear a questão do Brexit.
Jo Johnson fez o anúncio na manhã desta quinta-feira (5/09) de forma inesperada, invocando uma incompatibilidade entre “lealdade à família e o interesse nacional”.
Embora sejam conhecidas as divergências de opinião sobre o Brexit entre os dois irmãos, tal põe em causa a integridade e credibilidade do primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
“A posição de Bruxelas é a saída com acordo e não a proposta de Boris Johnson. A lei aprovada ontem prevê uma saída sem acordo e obriga a uma abertura ou a um prolongamento do artigo 50 para obter um novo acordo. A partir do momento em que os responsáveis das instituições que estão à frente das negociações do Brexit têm dito que não deve haver alterações à parte do acordo proposto pela União Europeia, estamos num beco sem saída”, aponta a eurodeputada portuguesa do Bloco de Esquerda, Marisa Matias.