A BP descartou uma meta anterior de reduzir a sua produção de petróleo e gás até ao final da década, à medida que a grande empresa sediada no Reino Unido está a regressar ao seu negócio principal de hidrocarbonetos para aumentar os retornos dos investidores, informou a Reuters na segunda-feira, citando fontes familiarizadas com os planos.
A BP pretende fazer novos investimentos na produção de petróleo e gás e deverá aumentar a sua produção no Golfo do México dos EUA e no Médio Oriente, de acordo com fontes da Reuters.
O CEO da BP, Murray Auchincloss, que sucedeu a Bernard Looney, deverá revelar a nova estratégia da empresa em fevereiro de 2025, que incluirá a remoção oficial da meta de produção de petróleo e gás para 2030, acrescentaram as fontes.
Embora mantendo intactas as suas metas de zero emissões líquidas para 2050, as principais empresas petrolíferas da Europa começaram a reduzir as metas provisórias de redução de emissões, reconhecendo que as suas prioridades residem agora em devolver mais dinheiro aos acionistas. E estes retornos provêm do negócio dos combustíveis fósseis e não das energias renováveis.
Após a invasão russa da Ucrânia e a crise energética, a indústria do petróleo e do gás sublinhou que a acessibilidade e a segurança energética são, pelo menos, tão importantes como ajudar o mundo a reduzir as emissões de carbono.
Auchincloss expressou no passado opiniões de que a BP iria “adaptar-se pragmaticamente” às tendências da procura de energia. A BP ainda pretende ser uma empresa de energia líquida zero até 2050, mas o seu foco seria numa empresa mais enxuta e com maiores retornos para os acionistas.
A BP já aprovou novos investimentos em projetos petrolíferos. No final de julho, a empresa tomou a decisão final de investimento no projeto Kaskida, no Golfo do México, nos EUA, como parte do seu compromisso a longo prazo de fornecer energia segura, acessível e fiável.
Kaskida, que será o sexto centro da BP no Golfo do México, contará com uma nova plataforma de produção flutuante com capacidade para produzir 80.000 barris de crude por dia a partir de seis poços na primeira fase. A produção está prevista arrancar em 2029.