O filósofo angolano Bonifácio António vai lançar, em dezembro, o livro “A corrupção em Angola: Um olhar ontológico”.
O livro, disse António, apresenta as várias dimensões do fenómeno da corrupção em Angola, as suas causas e consequências.
Para ele, a corrupção deve ser observada nas vertentes moral, social, económica, política, ética, cultural e religiosa para ser melhor compreendida e combatida.
“Não só falamos da corrupção política, mas também dos pequenos atos que corrompem a sociedade angolana”, disse o o autor.
Entre os comportamentos que dão origem à corrupção, recordou António, constam o favoritismo, o nepotismo, o compadrio e a falta de fiscalização dos atos governativos.
“A corrupção passou a ser a nossa escola de vida, uma cultura, muitos não conseguem viver fora da corrupção. O normal passou a ser corromper e deixar-se corromper,” disse.
O problema da corrupção, na leitura de António, é acima de tudo antropológico e a sua solução passa pela revolução mental do homem, por haver no território nacional uma “desordem estabelecida”.
“A melhoria deste quadro pela consciencialização das pessoas, porque o prolema é de mentalidade. Se houver uma revolução mental, certamente que se vai refletir no social, porque existe também uma desordem social estabelecida pelo homem”, disse.