Começou hoje em Paris o julgamento do bombardeamento que matou em 2004 nove soldados franceses em Bouaké, na Costa do Marfim. Um bielorusso e dois marfinenses são julgados à revelia por nunca terem sido detidos, arriscam-se ainda assim a ser condenados a prisão perpétua.
A 6 de Novembro dois caças do exército leal ao poder da Costa do Marfim bombardearam em Bouaké um campo militar francês.
O exército marfinense procurava retomar o controlo do norte aos rebeldes, enquanto a França tentava estabelecer uma zona tampão por forma a evitar uma guerra civil.
O ataque mata nove soldados franceses e um civil americano, fazendo cerca de quarenta feridos.
No mesmo dia a França retaliou e destruíu o conjunto da aviação militar marfinense.
Até hoje não se sabe exactamente quem mandou efectuar a operação.
Edwige Laliche é a mãe de um dos soldados que morreram no bombardeamento.
“Espero deste julgamento que ele permita esclarecer o que aconteceu mesmo.
Sobretudo, e antes de mais, que se perceba quem mandou perpetrar estes assassínios, estes bombardeamentos!
Para beneficiar quem, com que interesse?”
Por seu lado um dos feridos, Thierry Jardry, denuncia o facto de estarem ausentes os principais visados, com muitas dúvidas sobre quem terá permitido que os autores do bombardeamento conseguissem fugir.
“Os bancos vão estar é vazios! Vamos estar a falar ali para o ar… Isso é que me aborrece!”
Uma reportagem de Pierre Firtion, o julgamento deve durar até 16 de Abril, na presença de muitos militares e inclusive ex ministros franceses.