O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, jurou vingança contra os responsáveis pelos ataques mortais desta quinta-feira, 26, nos arredores do aeroporto de Cabul, que provocaram a morte de pelo menos 13 militares americanos e dezenas de civis que se reuniram no local na esperança de fugir do país controlado pelo Taliban.
“Para aqueles que realizaram este ataque, bem como para qualquer pessoa que deseja mal à América, que saiba o seguinte: nós não perdoaremos”, disse Biden num discurso transmitido a nível nacional, em que acrescentou. “Vamos caçá-los e fazer pagar”.
O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade dos ataques de acordo com a sua agência de notícias, horas depois de homens-bomba terem atingido dois locais ao longo do perímetro do Aeroporto Internacional Hamid Karzai: próximo ao Portão Abadia e na parte exterior de um hotel próximo
A sucursal regional do Estado Islâmico conhecido como ISIS-Khorasan Province, ou ISIS-K, foi responsabilizado pelos ataques.
Joe Biden afirmou ter ordenado aos comandantes que desenvolvam planos operacionais para atacar os meios, a liderança e instalações do ISIS-K.
“Responderemos com força e precisão no nosso tempo, no lugar que escolhermos e no momento de nossa escolha”, avisou o Presidente americano.
Pouco depois da mensagem de Biden, a secretária de imprensa da Casa Branca reiterou: “Vamos caçar esses terroristas e matá-los onde quer que estejam”.
Biden chamou de heróis os militares que “deram as suas vidas” para salvar pessoas numa operação que já retirou mais de 100 mil pessoas do Afeganistão nos últimos 11 dias, e disse que eles são o que há de melhor nos EUA.
“Heróis que se envolveram numa missão perigosa e altruísta para salvar a vida de outras pessoas”, reiterou o Presidente.
Pelo menos 60 afegãos morreram no ataque e mais de 100 ficaram feridos, de acordo com a imprensa.
O capitão Bill Urban, porta-voz do Comando Central dos EUA, indicou que 18 militares americanos feridos e que estavam sendo evacuados do Afeganistão em aviões equipados com unidades cirúrgicas.
Este foi o dia mais mortal para os militares dos EUA no Afeganistão na última década.
O dia já foi considerado por observadores o mais sombrio da Presidente de Joe Biden, em sete meses, facto que adiou um encontro entre ele e o primeiro-ministro israelita Naftali Bennett, em Washington.
A perda de vidas também intensificou os focos políticos em torno do Presidente democrata, com vários membros republicanos do Congresso a responsabilizar Biden pessoalmente.
Alguns pediram a sua renúncia.