Cerca de 200 cidadãos de Angola que, há mais de 40 anos, fizeram a ponte aérea para Portugal, vão poder ter, a partir de Janeiro de 2020, um bilhete de identidade angolano, anunciou, segunda-feira, o vice-cônsul em Lisboa, Mário Silva.
Segundo o diplomata angolano, “estas pessoas, que fizeram a ponte aérea entre Luanda e Lisboa há mais de 40 anos, só tinham, até agora, documentação portuguesa, embora fossem cidadãos angolanos”.
“Ou porque já não encontravam os familiares em Angola para actualizarem documentação e informação, ou porque, por razões financeiras, não conseguiram pagar a viagem para Luanda para lá tratarem do seu BI”, disse, precisando que há cerca de 200 pessoas nesta situação em Portugal. Mário Silva explicou que são pessoas, hoje, com mais de 70 anos, que viajaram com um “padrinho” português para Portugal, quando se deu a independência de Angola, o seu país de origem.
Na altura, escreve o JA, com base na certidão de baptismo e nas informações disponíveis nos registos portugueses, conseguiram tratar da documentação como cidadãos portugueses, nascidos num território que, na altura, era português.
Porém, nunca mais conseguiram tratar da documentação como angolanos que são, disse.
Hoje, da sua legalização como cidadãos angolanos depende também a dos filhos e netos, que podem eventualmente querer um dia contribuir ou viver em Angola, admitiu o vice-cônsul.
Pensando em tudo isto, o Governo decidiu dar ao Consulado em Lisboa a responsabilidade de tratar de tudo o que é necessário para que estas pessoas passem a ter um Bilhete de Identidade angolano, explicou.