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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Banco Africano de Energia, especializado no financiamento de combustíveis fósseis, deverá começar este ano

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O Banco Africano de Energia (BAE), que concentrará investimentos em projetos de petróleo e gás em todo o continente, deverá iniciar operações ainda este ano com uma base inicial de capital autorizado de 5 mil milhões de dólares, disse um alto funcionário na quarta-feira.

O banco, uma parceria entre o Afreximbank e a Organização Africana de Produtores de Petróleo (APPO – African Petroleum Producers Organization), destina-se a ajudar a colmatar uma lacuna de financiamento em África, no meio da pressão sobre os principais bancos por parte de grupos ambientalistas para desviarem dólares de investimento de projetos de petróleo e gás que provocam o aquecimento climático.

Recentemente o Secretário Geral da APPO, Omar Farouk Ibrahim, declarou “ Para nós (Africanos), a pobreza energética representa um desafio existencial mais imediato do que as mudanças climáticas”.

Por outro lado, Zakaria Dosso, director-geral da Africa Energy Investment Corporation (AEICORP), o braço de investimento da APPO, disse “África deve criar a sua própria capacidade de financiamento para que ainda possamos desenvolver este sector estratégico”

Dosso disse à Reuters que o Gana depositou na sexta-feira pouco mais de 20 milhões de dólares na AEICORP, tornando-se o terceiro país africano a pagar, depois dos dois maiores produtores de petróleo bruto de África, Nigéria e Angola, terem depositado cada um 10 milhões de dólares no ano passado para ajudar a financiar o banco.

“O Banco Africano de Energia está prestes a tornar-se uma realidade e deverá estar operacional durante o segundo semestre de 2024”, disse Dosso.

Prevê-se que cada país membro africano contribua com um mínimo de 83 milhões de dólares, para um total de cerca de 1,5 mil milhões de dólares, enquanto o Afreximbank e a APPO, como membros fundadores da BAE, deverão igualar este montante. Os 2 mil milhões de dólares pendentes serão potencialmente provenientes de outros investidores, incluindo fundos soberanos do Médio Oriente.

Nenhum dos outros parceiros não reagiu imediatamente aos comentários do diretor-geral da Africa Energy Investment Corporation (AEICORP),

Dosso, que faz parte do comité diretivo interino encarregado de criar a BAE, disse que seis países – Argélia, Benim, Costa do Marfim, Gana, Nigéria e África do Sul – estão atualmente a competir para acolher a sede da BAE. O Egipto retirou o seu pedido inicial.

“Angola, Líbia, Senegal, Venezuela e Afreximbank, como membros do comité de seleção, avaliarão todos os candidatos e apresentarão os seus resultados antes que os ministros tomem uma decisão final”, disse Dosso.

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