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Sábado, Novembro 23, 2024

Autoridades apreendem madeira no parque Luengue-Luiana

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FONTE:Angop

Duzentos e quarenta metros cúbicos de madeira, explorados de forma ilegal no perímetro do Parque Nacional Luengue-Luiana, que representa a componente angolana no projecto da área transfronteiriça de conservação do Okavango Zambeze (KAZA), foram apreendidos nesta quinta-feira pela polícia.

O Comandante da Polícia Nacional e delegado do Ministério do Interior no Cuando Cubango, Comissário José Tchinhama, disse que a actividade se enquadrou no âmbito da operação transparência, tendo como foco o combate à imigração ilegal, à exploração ilícita de minerais e à exploração ilegal de madeira.

Lembrou que antes da referida operação, realizou-se um trabalho de carácter pedagógico e informativo com os madeireiros, no sentido de cumprirem com a lei de exploração florestal.

“Os nossos madeireiros não acataram com os conselhos que o governo deu”, lamentou, tendo acrescentado que os onze indivíduos encontrados a fazerem o corte serão responsabilizados criminalmente, assegurando que a polícia vai continuar a fiscalizar e obrigar o cumprimento da lei.

Na ocasião, o director do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), Domingos Ndedica, explicou tratar-se de uma zona protegida onde é proibida a realização de qualquer actividade de exploração florestal, por isso a acção dos madeireiros constitui crime.

Afirmou que a empresa em causa tem licença de exploração de madeira, porém, apenas para retirar a madeira em instância cortada nos anos anteriores e não tem autorização para o corte e abate de outras árvores.

Chove Eduardo, um dos trabalhadores da empresa Mutangua, disse que estão na floresta há sete dias, tendo derrubado 40 árvores da espécie Mussivi, resultando em 110 tranches (madeira cerrada) e vinte touros.

Informou que o acesso a floresta é facilitado por algumas autoridades tradicionais que dominam o território, que estabelecem uma valor que varia entre 500 mil a dois milhões de kwanzas, a depender do perímetro indicado.

“Tínhamos conhecimentos que o corte está proibido. Porém nós viemos aqui para recolher a madeira antiga que infelizmente queimou. Para repor os danos, em função do valor já investido, procedemos ao abate de outras árvores”, explicou.

Por seu turno, o governador Júlio Bessa, que testemunhou o acto de apreensão, reiterou que as autoridades vão ser implacáveis em relação aos cidadãos que lesam a fauna e a flora.

Disse que a empresa em causa desrespeitou a orientação presidencial sobre os limites e pressupostos da exploração de madeira, violou igualmente um perímetro proibido, não teve em consideração o despacho do governador que impede o corte e transporte da madeira em touros, bem como o acordo rubricado há quinze dias entre a associação de madeireiros e o governo provincial.

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