Uma autópsia completa a George Floyd, morto às mãos da polícia dos EUA, foi divulgada esta quarta-feira e fornece novos detalhes, entre eles que o afro-americano testou positivo à Covid-19 em Abril.
O relatório de 20 páginas divulgado pelo Departamento de Medicina Legal do condado de Hennepin foi divulgado com a permissão da família e depois do médico legista ter divulgado conclusões sumárias na segunda-feira, concluindo que Floyd teve um ataque cardíaco ao ser imobilizado pela polícia e classificando a sua morte a 25 de Maio de homicídio.
O relatório revelou que Floyd testou positivo para a Covid-19 a 3 de Abril, mas que parecia assintomático. No relatório também se observa que os pulmões de Floyd pareciam saudáveis, mas apresentava um estreitamento das artérias no coração.
O anterior relatório, mais resumido, listou intoxicação por fentanil (um opiáceo) e uso recente de metanfetaminas, mas sem relacionar este dado com a causa de morte. As notas de rodapé do relatório completo observaram que os sinais de toxicidade do fentanil podem incluir “depressão respiratória grave” e convulsões.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de actos de pilhagem.
Pelo menos nove mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, com o Presidente a ameaçar mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão. Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.