Trezentos e 39 casos de violência doméstica contra mulheres e crianças foram registados de Janeiro a Outubro deste ano, na província do Bié, um aumento de 69 ocorrências comparativamente ao ano de 2021.
Os dados foram avançados hoje à ANGOP, na cidade do Cuito, pela directora do Gabinete Provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género, Maria Moura, durante uma marcha de repúdio contra a violência que se realizou nas distintas artérias da capital da província.
Sem avançar dados, a responsável referiu que os municípios que mais preocupam são o Cuito, Andulo e Camacupa.
Durante a marcha, realizada no âmbito do encerramento dos 16 dias de activismo, as mulheres “imploravam” para o fim da violência física, psicológica e verbal, fuga à paternidade, maus-tratos, abandono familiar, entre outros males que desestruturam os lares.
Maria Moura realçou o trabalho que o seu gabinete tem desenvolvido, consubstanciado na promoção de palestras de sensibilização, bem como encontros de reflexão com pais e encarregados de educação.
Mais do que denunciar os casos, a responsável disse ser necessário evitar a todo custo que tais práticas aconteçam.
Para tal, aconselhou as famílias a cultivarem o hábito do diálogo para não se chegar ao extremo.
Para reverter a situação, pretende-se, a partir do próximo ano, trabalhar com as instituições de ensino superior e médio, de modo a incutir nos jovens e adolescentes a cultura do diálogo.
Durante os 16 dias de activismo, que decorreu sob lema: “Violência não se Tolera”, foi possível promover campanhas de sensibilização junto dos nove municípios do Bié, em que se desencorajou a práticas de agressões e maus-tratos.
OMA promove colóquio sobre violência doméstica
A Organização da Mulher Angolana (OMA) promoveu um colóquio sobre a violência doméstica, no quadro das celebrações dos 66 anos de existência do MPLA, a assinalar-se no a 10 deste mês.
No evento, o jurista Eliseu Londaca defendeu a constante divulgação da Lei contra este mal, de modo a que cada cidadão adopte por um pendor dentro da sociedade.
A meta passa por sensibilizar as famílias, desfiando as barreiras do silêncio e a denunciar todas estas práticas em prol de uma sociedade mais justa e equilibrada.
Por sua vez, o secretário para Informação e Propaganda do MPLA, Moisés Américo Cachipaco, entende que as mulheres e crianças são seres que devem ser protegidas a todo custo, quer pelos cidadãos quer pelo Estado.
ANGOP