No ano passado, a KPMG já tinha emitido um parecer com reservas sobre as contas da concessionária. Registo de imóveis e fundos de abandono continuam na base do parecer com reservas. A Total Energies, Chevron e Esso operam os blocos onde se produz quase 80% do petróleo angolano. ANPG e Sonangol continuam a ser os maiores exportadores
O não reconhecimento da maioria dos imóveis recebidos da Sonangol e os fundos de abandono que continuavam sob gestão da petrolífera no final do ano passado voltaram a obrigar o auditor independente às contas de 2020, a KPMG, a emitir opinião com duas reservas às contas da Agência de Petróleo Gás e Biocombustíveis (ANPG).
O relatório e contas só foi publicado no sábado, a 19 de Novembro, com vários meses de atraso. Apesar de o relatório do conselho fiscal estar datado de 30 de Agosto, o relatório do auditor externo foi assinado quase um mês depois, a 20 de Setembro, e mantém as duas reservas que já tinha apresentado em 2019. Ou seja, em relação à primeira reserva, a ANPG continua por reconhecer nas suas demonstrações financeiras activos de petróleo e gás, o edifício A das Torres do Carmo, 22 casas no condomínio TSE, um edifício nas Torres Lenine, o edifício Palanca e 15 vivendas do condomínio atlântico sul recebidas em 2019 da Sonangol.
A concessionária, reguladora e fiscalizadora do sector de petróleo e gás em Angola explicou ao auditor que o registo dos activos de petróleo e gás e do património imobiliário em questão ainda não foi feito “por considerar não possuir dados suficientes para estimar com fiabilidade o valor destes activos”, lê-se no parecer do auditor independente às contas da ANPG publicadas no seu site desde 19 de Novembro.