A palestina Ahed Tamimi, 22 anos, famosa militante contra a ocupação israelense da Cisjordânia, foi detida em sua cidade natal de Nabi Saleh por “incitação ao terrorismo”, anunciou o Exército israelense.
“Ahed Tamimi, suspeita de incitar a violência e atividades terroristas, foi detida na cidade de Nabi Saleh”, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, afirmou um porta-voz militar.
“Tamimi foi transferida para as forças de segurança israelitas para ser interrogada”, acrescentou a fonte.
A ativista foi detida durante uma operação do Exército israelita “que tinha o objetivo de deter a indivíduos suspeitos de participar em atividades terroristas e incitar o ódio” no norte da Cisjordânia, declarou o porta-voz.
Questionada sobre a detenção da jovem, uma fonte dos serviços de segurança enviou à AFP uma publicação no Instagram, que circulou nas redes sociais e foi atribuída a Tamimi.
O texto pede o “massacre” de israelitas em “todas as cidades da Cisjordânia, Hebron e Jenin”, em termos violentos e explícitos, segundo a captura de tela em árabe e hebraico transmitida pelo Exército à AFP.
A mãe da ativista negou que a filha tenha escrito a mensagem.
“Eles a acusam de ter publicado uma mensagem que incitando a violência, mas Ahed não a escreveu”, declarou Narimane Tamimi à AFP.
“Há dezenas de contas com a foto de Ahed, mas com as quais ela não têm qualquer vínculo. Quando Ahed tenta abrir uma conta nas redes sociais, ela é bloqueada imediatamente”, acrescentou.
A AFP não conseguiu verificar se a conte pertence à ativista.
Narimane acrescentou que seu marido, Bassem al Tamimi, foi detido em 20 de outubro quando retornava de uma viagem e, desde então, a família não tem notícias dele.
Ahed Tamimi, que nasceu em 31 de janeiro de 2001, ficou famosa aos 14 anos quando foi filmada no momento em que mordeu um soldado israelitas para impedir a detenção de seu irmão mais novo.
Em dezembro de 2017, aos 16 anos, ela deu um tapa em um soldado israelita no quintal de sua casa.
Em 19 de dezembro de 2017, a jovem foi detida pelos militares e depois condenada a oito meses de prisão.
Tamimi foi liberada em 29 de julho de 2018.
Desde então, ela se tornou um símbolo mundial da causa palestina e é considerada pelos palestinos um exemplo de coragem diante da repressão israelita nos territórios ocupados.
Um retrato gigante de Tamimi foi pintado perto de Belém, no muro de separação construído pelos israelitas na Cisjordânia.