Para o MPLA, interessa acabar com a Política do seu principal adversário e amigos, (quem é o principal adversário e quais são os amigos… vocês sabem), A UNITA conquistou a força popular e tem a grande missão de não falhar na tomada do poder, mas, não será com metas simplificadas que vai chegar lá.
Se para nós o poder só interessa se o tivermos em 2022, então não estamos a ser sérios connosco mesmo. Mais vale andar devagar e chegar ao objectivo do que correr e tropeçar para nunca mais chegar. Hoje para algumas pessoas, interessa que seja já já e já…
Porquê se a UNITA tem mais de 4 décadas de luta?
Custa deixarmos o MPLA desmoronar-se?
Precisamos de usar a força?
Não. Têm pressa de ser poder? Para quê?
Custa esperar o Comboio passar para atravessarmos a linha férrea?
Ora bem, nem que Isaías Samakuva pinte o actual cenário político a cor de rosa e passe água benta ao candidato que se quer já já, isto não vai mudar o plano do MPLA. Nem que eu escreva mil versos de amor ao nosso candidato, nem que eu tenha que dormir a porta da Igreja, isso não vai mudar o plano do adversário político, que baseia-se na identificação do nosso ponto fraco, nossos aliados para em conjunto mandar uma sentença geral.
Portanto, é desnecessário apontarem Samakuva como o que não está a ceder o cargo de Presidente, tanto mais que este Cargo neste momento não se deve ceder por amor, mas sim, por inteligência, obediência aos órgãos superiores, em particular às exigências do Tribunal Constitucional (TC) para que amanhã não possamos ter uma outra cauda presa como foi a da questão da nacionalidade do Candidato que acabou por ser eleito e desqualificado pelo TC.
Ora bem, sentimos pena no momento e havíamos tolerado, mas os outros fizeram daquilo um trunfo para recuar-nos dois anos politicamente.
Mesmo que Isaías Samakuva ofereça o cadeirão da Presidência da UNITA sem realizar Congresso algum ou realizando um Congresso para o Inglês ver, voltaremos a ter outros empecilhos lá para frente porque para o candidato único interessa a realização de uma frente patriótica para a tomada do poder, coisa que foi já ensaiada e vimos que bem no dia da proclamação o TC estava a fazer sair uma bomba.
Se considerarmos que as instituições públicas aqui são de algum modo influenciadas pelo sistema que Governa, podemos concluir que em nada vai resultar uma guerra a ferro e fogo, olhos nos olhos; o melhor método ainda é aquele que Jonas Savimbi considerava como o que obriga o MPLA a negociar, mas claro, sem conflito.
Basta que se continue a fazer pressão ao Governo, tal como faz e tão bem o Povo, qualquer dia, será o mesmo Governo a pedir que se faça um pacto que possibilite a transição do maior Partido na oposição para Governo e que os poupe dos pecados cometidos; nem todas as guerras exigem força, algumas são feitas apenas com inteligência. Se continuardes a dizer ao povo que o caminho da Paz e pela Paz passa por desobedecer as instituições públicas, estareis a criar um cenário que não será bom nem para uns muito menos para outros.
Eu acredito na capacidade de gestão de conflitos e organização dos Angolanos e em Particular do Presidente Samakuva. Senhor Presidente, faça as coisas certas e não as que aparentam ser bonitas.
Huka lembike olomahi vio Hossi, eteke ikulila u osole.
Sei que pode não estar bem escrito, mas vale dizer que traduzido, significa:
Se você enterrar as pisadas do Leão na tua aldeia, qualquer dia o mesmo pode matar quem você gosta. Então é melhor acautelar do que esperar pelo pior.
Ande devagar e vá longe!
Bom dia, Angola!
Pires Marcolino | In Facebook
Jornalista, Designer e Produtor