Ao menos 53 pessoas morreram, nesta sexta-feira (17), em um ataque atribuído ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) no centro da Síria, anunciou a TV estatal.
“Cinquenta e três pessoas que colhiam trufas foram assassinadas em um ataque de terroristas do Daesh [acrônimo em árabe do EI] a sudeste da cidade de Al-Sukhnah, no leste da província de Homs”, segundo o informe.
O diretor do hospital de Palmira, Walid Audi, relatou que 46 civis e sete soldados foram mortos.
Os corpos das vítimas foram “levados ao hospital depois da emboscada”, completou Audi, em declarações à rádio pró-governo Sham FM.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ONG sediada em Londres, havia reportado antes um balanço de 36 mortos.
Paralelamente, o Exército americano anunciou nesta sexta-feira que quatro de seus soldados ficaram feridos em uma operação durante a qual mataram um dirigente do alto escalão do EI, Hamza al-Homsi, no nordeste da Síria.
Os quatro soldados atingidos por uma explosão estão sendo tratados no Iraque. Um cão que participava da operação também ficou ferido, disse o Comando Militar dos EUA para o Oriente Médio (Centcom) em comunicado.
– Trufas do deserto –
Nos últimos anos, várias pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram atacadas em diferentes partes da Síria enquanto procuravam trufas.
A trufa do deserto, ou trufa da areia, é geralmente coletada entre fevereiro e abril e é vendida por preços altíssimos.
Dezesseis pessoas, a maioria civis, foram mortas no sábado em um ataque semelhante na mesma área, disse o OSDH, que conta com uma vasta rede de informantes na Síria.
Dezenas de civis foram sequestrados nesse ataque e 25 deles foram libertados. O paradeiro dos outros sequestrados ainda é uma incógnita, segundo a ONG.
Em abril de 2021, o EI sequestrou 19 pessoas, a maioria civis, na província de Hama (leste).
Depois que os jihadistas perderam seus últimos domínios em março de 2019, após uma campanha militar liderada pelos Estados Unidos, muitos membros do grupo Estado Islâmico na Síria se refugiaram em áreas desérticas.
Desde então, eles usam esses esconderijos para emboscar forças curdas e tropas sírias, bem como para planejar ataques no vizinho Iraque.
Helicópteros russos e sírios continuam atacando regularmente jihadistas do EI em áreas desérticas.