Ao menos 13 civis morreram nesta sexta-feira (24) em um ataque atribuído a um grupo jihadista no centro de Mali, uma área imersa na violência, informaram representantes locais.
“Os jihadistas mataram mais de 13 civis nesta sexta-feira em Kani-Bonzon. Queimaram cabanas e celeiros e partiram com três civis”, disse à AFP um político local, que falou sob condição de anonimato por razões de segurança.
“Pedimos ao governo e à Minusma (a missão da ONU no Mali) que venham nos ajudar”, acrescentou.
“Os terroristas mataram 13 civis. Queimaram casas. Os moradores que não estavam temem voltar. Hoje se fala até mesmo em 20 mortos”, contou outro representante, também de forma anônima.
Os agressores também roubaram gado, indicou uma autoridade da governança de Bandiagara, uma cidade próxima, onde houve uma manifestação para reivindicar mais segurança.
Mali está mergulhado em uma profunda crise política e de segurança desde o aparecimento em 2012 de insurgências independentistas e jihadistas no norte do país.
Os grupos independentistas firmaram um frágil acordo de paz com o governo em 2015, mas os grupos jihadistas afiliados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico expandiram sua presença para o centro do território, Burkina Faso e Níger.
No centro de Mali, que sofre com a violência desses grupos, também houve uma retomada de velhos antagonismos entre diferentes populações pelo acesso a recursos.
A violência desencadeada na região já deixou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados.
A junta militar que governa o Mali desde 2020 e que se aproximou da Rússia, lançou uma ampla operação no centro do país no final de 2021.
Os militares fizeram de Moscovo seu principal aliado contra os jihadistas.