Motivado pelas solicitações dos associados, numa altura em que pensava deixar o Comité Paralímpico Angolano (CPA), Leonel da Rocha pinto anunciou, neste sábado, que irá concorrer à sua própria sucessão, no cargo de presidente de direcção da instituição.
A decisão foi anunciada à ANGOP durante a Assembleia-geral Ordinária, decorrida na sede do órgão, no complexo da Cidadela, em Luanda, com a participação de 16 associados.
Na ocasião, o responsável, no posto há mais de 20 anos, argumentou que após algum tempo de reflexão, decidiu reconsiderar a sua posição de abandonar o cargo, sem, no entanto, deixar de dar o seu contributo como sempre fez.
Disse estar desmotivado por sentir-se desapoiado, fundamentalmente no que tange aos apoios do Estado, e citou como exemplo a não cedência de um terreno para a construção de um centro de treinamento solicitado há mais de dez anos.
Leonel Pinto lamenta a situação porquanto o seu desejo é deixar um legado em termos de infra-estruturas como forma de perpetuar os resultados desportivos, no continente africano e no mundo.
Para ele, o desporto para deficiente evoluiu muito na última década devido as novas tecnologias de treinamento, pelo que Angola arrisca-se a perder tudo que conquistou no capítulo dos resultados se não optar pelo mesmo caminho da ciência.
“Tenho sido pressionado pela família para deixar pelo longo tempo de empenho em prol do desenvolvimento do desporto para pessoas com deficiências. Sem o apoio do Estado, em determinadas situações, o trabalho é ainda mais desgastante – me sinto cansado”, argumentou.
Apontou como outra tristeza o facto de Angola ter assumido à presidência do Comité Paralímpico Africano com a garantia de uma sede para a instituição no país, mas este ano o Ministério da Juventude e Desportos comunicou que já não será assim.
O responsável, que sucedeu no posto, Bernardino Seixas, até então tem concorrido em lista única, não se sabendo ainda se o mesmo acontecerá no pleito para o quadriénio 2020/24.
As eleições no CPA acontecem a 10 de Outubro, sendo que os resultados do escrutínio no dia seguinte (11).
A Assembleia-geral, dirigida por Leonel Pinto, por orientação da titular Maria de Fátima Jardim (actual embaixadora de Angola na Itália), aprovou o relatório e contas do exercício económico passado e o programa para o quadriénio 2020/24.
Foi igualmente aprovada a Comissão Eleitoral, composta por Isabel Manjor (antiga assessora do Ministério da Juventude e Desportos), Domingos Torres “Didi” (Director Nacional para a Acção Social do Ministério da Educação) e Domingos Zumba (funcionário do CPA há mais de 20 anos).