Cocaína adulterada causou 20 mortos e 74 hospitalizados na Argentina. As autoridades temem que o número de vítimas aumente.
A polícia e os investigadores não descartam a possibilidade que a venda da droga adulterada possa ser parte de um acerto de contas entre quadrilhas de traficantes.
Os peritos ainda estão a analisar o produto para determinar a causa da intoxicação, quando os relatórios preliminares identificam “quadros de intoxicação por opiáceos” e que “se desconhece a existência de outro produto vinculado”.
Carlos Damín, toxicólogo, disse à televisão TN, de Buenos Aires, que a cocaína costuma ser “adulterada” na Argentina com “talcos e medicamentos anti-inflamatórios”.
Em primeira instância, haviam especulações de que o produto teria sido misturado com veneno de rato, o que não foi confirmado pelas autoridades locais.
Tendo em conta os sintomas das vítimas da “cocaína envenenada”, Damín deu o seu prognóstico: “A cocaína é um estimulante. E tudo indica que, neste caso, foi adulterada com ‘opioides’, que tem efeito contrário. Por isso, as vítimas apresentam quadro respiratório severo, as pessoas ficam asfixiadas. Pela minha experiência, isto não foi acidental, mas sim propositado”.
Foi declarado “alerta epidemiológico” pelo governo da província de Buenos Aires. As autoridades iniciaram uma busca por mais cocaína vendida pelo mesmo traficante, para evitar mais vítimas.
O bairro “Puerto 8”, no distrito de San Martin, foi identificado como o local de venda da droga. Cerca de 12 pessoas foram presas numa rusga no perimetro.
O Ministro da Segurança de Buenos Aires, Sergio Berni, pediu “àqueles que compraram drogas nas últimas 24 horas que se desfizessem do que compraram”.
A emissora de televisão América, de Buenos Aires, passou a colocar no visor o número de telefone das urgências da Secretaria de Prevenção às Drogas (Sedronar).