Libertados esta quarta-feira o jornalista Moncef Aït Kaci, correspondente da France 24 e o operador de imagem Ramdane Rahmouni, após uma forte mobilização da diplomacia francesa, do grupo France Medias Monde, da ong Reporteres sem Fronteiras e das redes sociais.
A forte mobilização da diplomacia francesa, da direcção do grupo France Medias Monde – do qual o canal de televisão France 24 e a RFI fazem parte – da ong Reporteres sem Fronteiras e das redes sociais, levou a justiça argelina a ordenar a libertação esta quarta-feira (29/07) dos dois jornalistas colocados na véspera em prisão preventiva.
O jornalista argelino Moncef Aït Kaci, antigo correspondente do canal de televisão France 24 – do grupo France Médias Monde – FMM – do qual a RFI faz parte – e do operador de câmara Ramdane Rahmouni é preocupante alertou a 28 de Julho a ong Reporteres sem Fronteiras, denunciando “um aumento da repressão à liberdade de imprensa na Argélia”.
“As autoridades argelinas mergulham na espiral infernal da repressão, na qual novas medidas arbitrárias servem para encobrir as precedentes”, deplora a ong num tweet, recordando que “depois de Khaled Drareni, o correspondente de Reporteres sem Fronteiras e do canal de televisão TV5, preso há quatro meses e de quem reclamamos a libertação, é a vez de serem detidos dois outros jornalistas, Moncef Aït Kaci e o seu colega Ramdane Rahmouni são vítimas da repressão implacável das autoridades argelinas”.
Ambos foram ouvidos pela justiça em Argel e colocados em prisão preventiva nesta terça-feira (28/07), segundo o Comité Nacional para a Libertação dos Presos, uma associação de apoio aos prisioneiros de opinião.
O jornalista Moncef Aït Kaci e o “cameraman” Ramdane Rahmouni são perseguidos desde Novembro de 2019 e acusados de prejudicar os interesses argelinos, de financiamentos estrangeiros e de colaboração com canais de televisão estrangeiros sem acreditação, segundo a RSF.
O advogado de defesa de ambos Abdelghani Badi que “não precisou as razões da sua detenção”, podendo estar ligadas a questões ligadas à sua acreditação na Argélia, disse esta terça-feira ao canal France 24 que “as acusações são graves” e que o processo é político.
“No dia 1 de Julho de 2020 o canal de televisão France 24 decidiu pôr termo à minha colaboração como correspondente, porque eu já não trabalhava no terreno, precisamente porque respeitei as instruções”, afirma Moncef Aït Kaci em carta publicada na site de informação Casbah Tribune.
O director deste site Khaled Drareni, considerado um símbolo do combate pela liberdade de imprensa na Argélia, foi preso em finais de Março após ter feito a cobertura em Argel de uma manifestação do movimento de contestação Hirak, será julgado a 3 de Agosto.
Nenhum jornalista pode ser correspondente de um media estrangeiro na Argélia sem a devida acreditação e em 2020 nenhuma acreditação foi dada a correspondentes locais de medias franceses, incluindo da agência de informações AFP.
Segundo a última classificação sobre liberdade de imprensa feita pela ong Reporteres sem Fronteiras em 180 países, a Argélia ocupa o lugar 146 e perdeu 5 lugares em relação ao relatório anterior.