Angola assinalou, neste sábado (26), três anos desde o lançamento do seu primeiro satélite de comunicações, designado Angosat-1.
O satélite foi lançado para o espaço no dia 26 de Dezembro de 2017, às 19:00, por meio de um veículo Zenit-3F/Fregat-SB, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
A construção do Angosat-1 resultou de um contrato assinado pelas autoridades de Angola e da Rússia, no ano de 2009, num investimento global de 360 milhões de dólares.
Pretendeu-se com o projecto reforçar a capacidade de comunicações do país, e fornecer serviços para parte do continente africano. No âmbito desse pacote, 50 especialistas foram formados para gerir as infra-estruturas inerentes, com o objectivo de reforçar os serviços de telecomunicações africanos.
Entretanto, apesar de ter sido lançado com sucesso, o Angosat-1 registou anomalias depois da entrada em órbita, mais precisamente uma pausa nos contactos com o satélite.
As comunicações chegaram a ser temporariamente recuperadas, mas dias depois seriam perdidas em definitivo, levando as autoridades da Rússia a um processo compensações, ao abrigo do contrato.
Na altura, foi criada uma comissão de especialistas dos dois países, para averiguar o que esteve na origem do problema nas comunicações do satélite, construído na Rússia. A compensação viria colmatar os problemas verificados, à luz do contrato que obriga a parte russa a assumi-las na totalidade, incluindo as reservas dos interessados na compra do sinal.
Estas compensações traduzem-se na atribuição, sem custos para Angola, de 216 Megahertz na Banda C, e 216 Megaheartz na Banda Ku, enquanto o Angosat2 estiver em construção, para suportar todos os serviços necessários.
Nesse quadro, todos os serviços seriam transferidos para esta banda, e os valores decorrentes das operações seriam transferidos para o Gabinete de Gestão do Programa de Gestão do Programa Espacial Nacional. O satélite tinha um seguro de 120 milhões de dólares, que previa a sua substituição, a custo zero, em caso de eventual destruição ou desaparecimento, como veio a acorrer.
A sua abrangência de cobertura do sinal de recepção na banda C tinha sido concebida para cobrir toda África e parte da Europa. O satélite angolano possuía um centro primário de controlo e missão em Angola, na comuna da Funda, norte da província de Luanda, e outro secundário na Rússia, em Korolev.
Enquanto se aguarda pelo término da construção do Angosat-2, que teve início a 24 de Abril 2018, cujo lançamento está previsto para 2021, o país está a beneficiar de cerca de 288 Megahertz, equivalentes, aproximadamente, a dois cabos de fibra óptica em STM-1.