As autoridades angolanas reiteraram terça-feira, em Nova Iorque (EUA), a importância da diplomacia multilateral para a preservação da paz e da segurança internacional, escreve a Angop.
Este posicionamento foi manifestado pela representante permanente de Angola junto da Organização das Nações Unidas (ONU), Maria de Jesus Ferreira, durante a sua intervenção na Iª Reunião Plenária de Alto Nível da 73.ª Assembleia Geral das Nações Unidas no quadro da comemoração do Dia Internacional do Multilateralismo e da Diplomacia para Paz, assinalado a 24 do corrente.
Durante a sua intervenção, referiu-se ao posicionamento do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, no seu discurso por ocasião da cerimónia de cumprimentos de ano novo, onde sublinha que “enquanto actores das relações internacionais, o país continuará a defender o multilateralismo como mecanismo estabilizador de todas as nações, potencializando-se cada vez mais uma cooperação justa e mutuamente vantajosa”.
A embaixadora defendeu igualmente a opção angolana de privilegiar sempre o diálogo e a diplomacia em detrimento de posições musculadas para os assuntos sensíveis e perigosos, que possam ser consideradas como irreversíveis.
De igual modo, reiterou o apoio as reformas nas Nações Unidas para que esta possa criar uma organização mais equilibrada e justa.
Ao intervir na abertura do evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou o facto de os acordos multilaterais, firmados depois da segunda guerra mundial, terem permitido salvar vidas e prevenir a humanidade da deflagração de um terceiro conflito de dimensão mundial.
De igual modo, ajudou a comunidade internacional a promover o crescimento económico e social e melhorar a protecção dos direitos humanos, assim como reforçar o direito internacional, a promoção da igualdade do género, a protecção do ambiente e reduzir a proliferação de armas químicas e de destruição de massas e outras epidemias mortíferas.
António Guterres defendeu que o multilateralismo e a cooperação internacional são instrumentos gravados na carta magna da ONU que ajudam a preservar o equilíbrio existentes e promover os valores que sustentam os três pilares da organização, nomeadamente a Paz e Segurança, o Desenvolvimento Económico e a promoção dos Direitos Humanos.
Na sua visão, presentemente, ele sustenta ainda a implementação da Agenda 2030 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS).
Reconheceu ainda a existência de um deficit de confiança entre os Estados, as correntes políticas e as instituições internacionais que, face a pressão da crise económica e social e a falta de emprego tendem a recorrer aos extremismos, a optaram por soluções unilaterais com impacto limitado, em detrimento de soluções multilaterais com impacto lento mais duradouro.
O secretário-geral apela a uma reforma dos princípios, métodos e funcionamento da ONU e dos seus mecanismos para responder a crise actual e os desafios específicos do mundo actual.
Já a presidente da 73.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Maria Fernanda Espinosa, sublinhou os desafios que atravessa o multilateralismo e defendeu a necessidade de se reconstruir a confiança entre os Estados com base nos princípios e valores inspirados do paradigma do multilateralismo.
Isto, acrescentou, para que possam ser enfrentados os desafios futuros da humanidade e preservamos a paz e a segurança internacional, a preservação do ambiente e a prosperidade económica e social das Nações e Povos.