Angola reiterou, esta quarta-feira, na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, o fim do embargo económico, comercial e financeiro, bem como das medidas unilaterais e coercivas impostas pelos Estados Unidos da América (EUA) contra Cuba.
Segundo o Representante Permanente de Angola junto da ONU, Francisco da Cruz, essas medidas ameaçam e violam os direitos humanos fundamentais, incluindo o direito a auto determinação.
Explicou que o embargo impede o alcance de um nível de vida adequado, tendo em conta as actuais crises económicas e alimentares globais que exigem uma abordagem multilateral e solidariedade internacional.
De acordo com uma nota de imprensa o diplomata falava na reunião plenária da Assembleia Geral sobre a “Necessidade de Acabar com o Embargo Económico, Comercial e Financeiro Imposto pelos Estados Unidos da América Contra Cuba”.
Considerou o referido embargo como uma das questões diplomáticas mais candentes nos dias de hoje, devido a sua longevidade, contrariando os princípios da Carta das Nações Unidas, o direito internacional e os direitos humanos.
Observou que o facto é evidenciado pelos sucessivos debates em vários fóruns internacionais, incluindo nas Nações Unidas, onde repetidamente os Estados embros votaram esmagadoramente a favor do seu fim imediato e incondicional.
“Há mais de 60 anos que Cuba sofre os efeitos e consequências desta situação, que penaliza a população cubana ao impedir a implementação de programas sociais e económicos e a integração do país no Sistema de Comércio Internacional”, reforçou.
O embaixador Francisco da Cruz salientou que Cuba continua a enfrentar grandes desafios económicos e sociais devido a restrições às importações, condições e barreiras discriminatórias e medidas impostas não compatíveis com o sistema comercial multilateral.
Há circunstâncias, acrescentou, o país tem acesso limitado à aquisição de equipamentos, tecnologia e produtos farmacêuticos adequados, tendo que recorrer a intermediários ou substitutos a preços exorbitantes e de qualidade inferior.
Recordou que o embargo contra Cuba está a impedir o país de alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e relegando o mesmo para níveis inaceitáveis de subdesenvolvimento.
Na ocasião , reafirmou o compromisso de Angola continuar a apoiar todas as iniciativas e resoluções relevantes das Nações Unidas para pôr fim a este embargo à Cuba, com base no respeito e no cumprimento dos propósitos e princípios consagrados na Carta da ONU.
Incentivou os EUA e Cuba a redobrarem esforços diplomáticos, no diálogo construtivo e transparente, a fim de alcançar um entendimento político abrangente para promover uma cooperação mutuamente benéfica. FMA/VIC