O embaixador de Angola na Etiópia e Representante Permanente junto da União Africana (UA), Miguel Bembe, reiterou, segunda-feira, a disponibilidade do país em colaborar no processo de reformas da organização, com o objectivo de responder a distintas problemáticas.
O diplomata teceu estas considerações durante uma audiência com o Presidente da Comissão da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, de acordo com uma nota da representação diplomática a que a ANGOP teve acesso.
No documento acrescenta que, durante a audiência, o diplomata fez a entrega de uma carta-convite do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, para participar na 3ª Edição do Fórum PanAfricano para a Cultura de Paz – Bienal de Luanda, a realizar-se de 22 a 24 de Novembro, tendo como tema “Educação, Cultura de Paz e Cidadania Africana como Ferramentas para o Desenvolvimento Sustentável do Continente”.
Na ocasião, o embaixador informou sobre a decisão da região da África Austral, relativa à indicação da candidatura de Angola como Membro do seu Conselho de Paz e Segurança para o biénio 2024-2025 e Presidente em exercício da UA em 2025 (ano em que o país comemorará o 50.º aniversário da independência nacional).
Os dois interlocutores abordaram ainda a próxima visita da ministra de Estado para a Área Social de Angola à Etiópia, Dalva Ringote, para participar na reunião ordinária do Comité Director da Bienal de Luanda, a realizar-se na sexta-feira (13), que será antecedida por uma outra técnica, na quinta-feira (12).
Durante a audiência, o embaixador Miguel Bembe recordou que a Bienal de Luanda emana da Decisão 558/XXIV, adoptada pela 24.ª Sessão Ordinária da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da UA, em Janeiro de 2015, que recomendou a tomada de medidas adequadas para a organização conjunta entre a União Africana, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e o Governo da República de Angola.
Desde a 1ª edição, realizada em Setembro de 2019, a Bienal de Luanda tem-se afirmado como uma referência do continente africano para a promoção e a divulgação de boas práticas na prevenção e resolução de conflitos, através de sessões interactivas que reúnem políticos, peritos, académicos e representantes da sociedade civil.
A Bienal de Luanda tornou-se também um espaço privilegiado e uma excelente oportunidade para construir pontes entre jovens e dirigentes, partilhando, por um lado, a visão estratégica das políticas públicas e, por outro, as experiências e perspectivas dos jovens como actores na promoção de uma cultura de paz e transformação social do continente (Diálogo Intergeracional).
De forma pertinente, o Presidente da República, João Lourenço, considera que, “a juventude deve ser o ponto de partida e de chegada de qualquer pedagogia empreendida para apaziguar as mentes mais propensas ao conflito e à violência”.
A designação do Presidente João Lourenço, como “Campeão da União Africana para a Paz e a Reconciliação em África”, pela Conferência Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da UA sobre o Terrorismo e as Mudanças Inconstitucionais de Governo, realizada em Maio de 2022 na capital equato-guineense, Malabo, é uma grande oportunidade para fortalecer a promoção de uma cultura de paz em África através da Bienal de Luanda. SC