O sistema de saúde em Angola precisa ser redesenhado para fazer face aos desafios do actual contexto do país e do mundo e principalmente dar um tratamento especial às crianças.
O índice de mortalidade por malária continua elevado, assim como a taxa de mortalidade infantil nos hospitais do país resultante de uma fraca assistência médica e medicamentosa.
Um investimento sério e adequado às várias realidades do mosaico cultural angolano, no que a saúde preventiva diz respeito, pode mudar o quadro, diz Américo Vaz, político do partido Bloco Democrático para quem o Executivo exonerou-se das suas responsabilidades e cita como exemplo o problema da malária que na sua visão é propositado.
“Se existe malária em Angola é porque alguém quer que exista para daí tirar algum dividendo, lucro”, afirmou assegurando que tal doença se propaga por deficiências na garantia de higiene e saneamento do meio ambiente.
Os dados oficiais sobre vítimas das doenças mais mortíferas em Angola apontam um índice elevado de menores. O jurista e docente Mbote André critica a falta de atenção do Governo em relação a esta franja mais vulnerável, todavia recorda que não é só em relação à saúde, mas também no que o acesso à educação e aos serviços de justiça dizem respeito.
Apesar das garantias constitucionais, o acesso à saúde para crianças faz parte de um sistema já colapsado, diz o filósofo e jurista José Candeeiro, que aponta como exemplo o facto dos cidadãos serem obrigados a pernoitar na porta de hospitais para garantia de acesso aos serviços de saúde. Esta situação, segundo o jurista “significa que em Angola temos uma administração pública que não cumpre com os seus compromissos”.
Um novo desenho para o sistema de saúde nacional e que atenda de forma especial as crianças é urgente em Angola, de acordo com afirmação do médico Clarry Ndongala para quem “se deve integrar a assistência social para famílias desfavorecidas”.