A Amnistia Internacional organiza, esta quinta-feira, dia 6 de Maio, uma vigília no Porto para incitar os líderes europeus a pressionar o primeiro-ministro, Narendra Modi, a acabar com a perseguição e intimidação à sociedade civil no país. A vigília antecede a Cimeira União Europeia-Índia, onde Narendra Modi vai participar remotamente. A Índia atravessa o pior período da pandemia de Covid-19, batendo recordes diários de números de infecções e mortes.
O Director executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro Neto, diz que o objectivo desta vigília é obrigar as autoridades europeias e indianas a olhar para a situação dos direitos humanos na Índia.
“Pressionar as autoridades europeias e indianas, o primeiro-ministro Narendra Modi, a olhar para a situação de direitos humanos que o país vive”.
A vigília antecede a Cimeira União Europeia-Índia, onde Narendra Modi vai participar remotamente. A Índia atravessa o pior período da pandemia de Covid-19, batendo recordes diários de números de infecções e mortes.
Pedro Neto admite que houve um certo relaxamento das autoridades indianas na gestão da pandemia de Covid-19.
“Houve aqui uma certa esperança com a produção de vacinas em território nacional. A Índia chegou a dar vacinas ao mecanismo da COVAX e antes disso recebeu vacinas da AstraZeneca, num mecanismo de solidariedade internacional. Esse optimismo deu em descuidado. (…) Estes números que estamos a ver, trágicos e enormes, sofrem por defeito”.
A Cimeira União Europeia-Índia, que decorre no sábado, dia 8 de Maio, visa reforçar as relações económicas entre o velho continente e Nova Deli. A Índia que surge, actualmente, como um parceiro estratégico da Europa na guerra comercial com a China.
O Director executivo da Amnistia Internacional Portugal reconhece as ambições comerciais da Europa, no entanto salienta que os negócios internacionais não podem estar separados da ética e dos direitos humanos.
“Se há países que se interessam pela União Europeia, para questões de negócios internacionais, têm de ter em conta que nós exigimos cumprimento de direitos humanos aos nossos parceiros. É essa a interpelação que queremos fazer aos líderes europeus que estarão reunidos na cimeira e também a Narendra Modi que estará, ainda que virtualmente”, acrescentou.