A Amnistia Internacional publicou quinta-feira um relatório denunciando a degradação das condições dos migrantes detidos em centros na Líbia. Segundo Pedro Neto, director executivo da Amnistia Internacional em Portugal, mudaram as instalações em que estão os migrantes apreendidos pela guarda costeira Líbia, mas os responsáveis, muitos deles implicados em casos de violação e tortura, são os mesmos. Na realidade nada mudou, no que toca aos abusos de que são alvo os migrantes.
O relatório da Amnistia Internacional, intitulado “No one Will Look for you: Forcibly returned from sea to abusive detention in Libya”, sobre os migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo para chegar ao continente europeu, revela uma situação completamente descontrolada, sem que haja perspectivas de uma melhoria no que diz respeito ao tratamento infringido pela Líbia às pessoas detidas pela guarda costeira líbia.
Numa entrevista concedida à RFI o director executivo da Amnistia Internacional em Portugal, Pedro Neto, chama a atenção nomeadamente para o facto de que embora as instalações dos centros de detenção para migrantes na Líbia tenham mudado, os agentes de serviço líbios permanecem os mesmos.
Muitos dos referidos agentes líbios, que trabalham nesses centros de detenção, que acolhem os migrantes impedidos de entrar ilegalmente na Europa, estão envolvidos em violações, tortura e desaparecimento de pessoas.
Segundo ainda Pedro Neto,a Amnistia Internacional tem denunciado a situação degradante, contrária aos valores da União Europeia,mas a organização de direitos humanos tem sido confrontada com a indiferença dos países membros do bloco europeu, cuja principal preocupação é impedir a chegada de migrantes às suas terras.
Publicaremos posteriormente aqui a entrevista com Pedro Neto, Director Executivo de Amnistia Internacional em Portugal.