Alexei Navalny já saiu do coma artificial em que tinha sido colocado, revelou o hospital de La Charité, em Berlim, Alemanha, para onde foi transferido o político russo, opositor de Vladimir Putin, após ter sido alegadamente envenenado com uma substância do grupo Novichok.
Navalny está agora num processo de várias etapas para deixar ser desligado do respirador artificial que vinha a auxilia-lo nestes últimas dias.
Entretanto, a Europa exige respostas da Rússia sobre o envenenamento de Navalny e, através do porta-voz, a chanceler da Alemanha não colocou de parte suspender o projecto Nord Stream 2, um novo canal de .
A Alemanha diz que, se Moscovo não der respostas sobre o que aconteceu nos próximos dias, a União Europeia terá de discutir eventuais sanções.
A Rússia garante que não tem nada a esconder e acusa Berlim de ainda não ter partilhado qualquer prova do envenenamento de Navalny, algo pedido há mais de uma semana.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse esta segunda-feira que “Voltámos a manifestar o nosso interesse aos nossos colegas europeus e alemães relativamente às intenções da Sra. Merkel, que nos acusa desta acção, deste chamado envenenamento mas não pode apresentar quaisquer provas, para que ela ordene aos seus subordinados no Ministério da Justiça alemão que respondam ao pedido enviado pela procuradoria russa”.
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, garante que o pedido foi aceite e que informou o embaixador russo em Berlim na semana passada.
“Não havia razão para não concordar com o pedido. Isto é apenas mais uma cortina de fumo, da qual já vimos várias nos últimos dias”, disse Maas numa entrevista à televisão pública ARD.
França também ameaça com sanções caso Moscovo não dê respostas nos próximos dias.
O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, garante que “os russos sabem muito bem que tipo de sanções temos à nossa disposição, devem dizer-nos hoje a verdade (sobre o que aconteceu com Navalny) para que possamos agir em conformidade”.
O Reino Unido diz que a Organização para a Proibição de Armas Químicas, da qual a Rússia faz parte, tem de pressionar Moscovo a dar respostas. Londres não tem dúvidas sobre o envolvimento russo no envenenamento de Alexey Navalny.
“Quando se trata da questão da atribuição, é muito difícil pensar numa explicação plausível de que se trata de alguém que não seja uma emanação do Estado russo, simplesmente porque este agente químico é difícil de encontrar, difícil de controlar e de eliminar. E por isso o que é claro é que o governo russo tem um conjunto muito sério de perguntas a responder”, disse Dominic Raab, ministro britânico dos Negócios Estrangeiros.
Alexei Navalny está em coma induzido, num hospital de Berlim, depois de ter adoecido durante um voo entre a Sibéria e Moscovo, no passado dia 20 de Agosto.