O ministro da Indústria e do Comércio, Victor Fernandes, reafirmou hoje, no município da Quibala, província do Cuanza Sul, que será dada uma atenção especial à agricultura familiar, sem desprimor da empresarial, pelo peso que esta representa na economia agrária do país.
Para o governante, esse segmento é um potencial que contribui para a mitigação dos efeitos gravosos da crise social provocada pela pandemia da covid-19 e também suporte da produção de alimentos e do emprego no campo.
O ministro prestou estas informações quando proferia o discurso de abertura da 1ª Feira do Campo, que decorre até sábado, no município da Quibala, sob o lema “Do Campo, Mais Produção, Mais Escoamento e Mais Renda Nacional”.
Victor Fernandes fez saber que o seu pelouro tem desafios urgentes que passam pela adequação comercial, formalização da economia e diversificação das fontes de receitas fiscais para o desenvolvimento das infra-estruturas.
Referiu também que, de Janeiro a Outubro de 2019, foram gastos cerca de USD 1.3 mil milhões em importações de produtos e, no mesmo período, apenas para a importação de arroz gastou-se USD 305 milhões de dólares, a carne e o frango representaram cerca de USD 200 milhões, enquanto o óleo de palma atingiu 180 milhões de dólares.
As importações de açúcar chegaram a USD 111 milhões e a farinha de trigo USD 85 milhões.
Por este facto, o ministro é de opinião que se explorem soluções menos complexas e onerosas para Angola, que impliquem alterações na cultura alimentar e um novo impulso à pequena e média indústria locais para que sejam valorizados os produtos como a chandala, batata rena e doce, mandioca, citrinos, mel entre outras culturas nacionais abundantes no país.
Disse que com a abertura da Feira do Campo na Quibala abre-se uma nova fase de promoção, divulgação, escoamento e comercialização dos produtos agro-pecuários e outros bens de serviço de origem nacional.
A Feira enquadra-se nas acções de implementação do Programa Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural, aprovado em Decreto Presidencial nº 123/20 de 30 de Abril, que orienta a promoção dos produtos nacionais e incentiva a sua compra, aproximando produtores e comerciantes, de modos a efectuarem entre si transacções de mercado justas e benéficas para as partes.
Este programa, prosseguiu, será implementado numa primeira fase em sete províncias pilotos, nomeadamente, Cuanzas Sul e Norte, Malanje, Benguela, Huambo, Bié e Namibe, visando a salvaguarda da produção agrícola que muitas vezes se estraga nos campos por falta de escoamento para os grandes centros.
Para si, o Cuanza Sul é um dos maiores celeiros agrícolas do país, grande fornecedor dos principais mercados abastecedores de Luanda como Catinton, Mercado do 30, Kwanzas e outros.
Augura que esta segmentação de amostra e exposição de produtos nacionais seja contínua, regular e que seja replicada em todos os municípios de Angola.
Disse que a manutenção dessa iniciativa pode garantir para o mercado, entre outros, a regularidade da oferta com a correspondente estabilidade dos preços e dos produtos essenciais.
De igual modo, pode garantir a atenuação dos efeitos monopolistas no mercado de produtos essenciais, o escoamento da produção nacional para os grandes centros de consumo e a promoção da agregação de produtores e distribuidores.
A inauguração da Feira foi agraciada com a presença do ministro da Agricultura e Pecas, António de Assis, secretários de Estado da Agricultura, e do Comércio, governador provincial, Job Capapinha, da representante da FAO em Angola, Gherda Barreto, fazendeiros, agricultores, entre outros.