A quarta presença do 1º de Agosto, na fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões de futebol, ficou apenas na intenção, após a derrota por 0-1, frente ao Kaizer Chiefs da África do Sul, ontem, no Estádio Nacional 11 de Novembro, na derradeira eliminatória.
O laivo de crescimento competitivo da equipa às ordens do português Paulo Duarte, contratado em substituição do bósnio Dragan Jovic, a pensar no desfile entre os colossos do continente. O estatuto de grande, a julgar pela isenção da primeira eliminatória, ficou diluído na maturidade de um Kaizer Chiefs, impiedoso no momento de sancionar o esbanjamento dos donos da casa.
A recorrente preocupação com a posse da bola e a qualidade do passe deixou de existir durante meia hora.
Manico, reforço proveniente do Desportivo da Huíla, funcionou como guia no processo ofensivo, enquanto as ideias colectivas fluíram, em contraste com a falta de critério de Moya e Mabululu no momento de decidir, nos últimos 30 metros.
Tudo que produziu a seguir ao golo sofrido foi o que menos servia para a inversão do quadro. A falta de jogos, pecha afastada pelo treinador português do discurso a adoptar diante do fracasso que acabou por se confirmar, passou a ser uma montanha impossível de escalar.
Sonolência fatal
A quebra da organização defensiva, aos 40 minutos, marcou pela negativa o desempenho dos militares no primeiro tempo. A incursão do zimbabweano Khama Billiat, ante à postura contemplativa de Isaac, valeu à formação sul-africana o golo apontado pelo colombiano David Castro, que sem clemência mandou o regressado Tony Cabaça recolher a bola no fundo da baliza.
Foi um golpe certeiro na determinação dos pupilos de Duarte, que passaram a estar obrigados a marcar duas vezes para garantir o apuramento, porque em função da igualdade sem golos, registada em Joanesburgo, qualquer empate era favorável ao adversário, dada a regra do tento conseguido fora.
A vontade de encurtar caminho na corrida à grande montra do futebol continental de clubes, por via da obtenção da vantagem de forma madrugadora, esbarrou no pouco discernimento na finalização. À vez, Moya, aos 25 minutos, e Mabululu, aos 37, desperdiçaram as oportunidades mais flagrantes para marcar.
O registo perdulário pressagiava um desfecho triste para os tetracampeões do Girabola, que deixaram no ar a promessa de uma atitude mais ousada, no regresso dos balneários. No entanto, o intervalo acabou por fazer melhor à equipa da África do Sul, sempre concentrada no controlo dos momentos do jogo.
Correria desordenada
A entrada de Atouba no reatamento, por troca com Buá, ficou aquém do esperado. A bola andou distante da baliza do nigeriano Daniel Akpeyi, autêntico espectador na segunda parte, pois só aos 86 minutos, numa fase em que os rubro e negros primavam por cruzar a bola, não obstante a maior estampa física da defesa contrária, foi chamado a mostrar serviço, ao parar uma cabeçada de Zini.
Ipamy, Mongo e Mira pouco ou nada acrescentaram no sentido da mudança do curso da eliminatória. O tempo correu célere no sentido do afastamento da fase de grupos, com derrota em casa, restando a consolação da disputa do acesso à Taça Nelson Mandela, depois do cumprimento das duas semanas de quarentena.