Na Nigéria, militantes do Delta do Níger, ocultando a identidade por detrás de lenços, disparam metralhadoras contra a água a partir de uma embarcação veloz durante uma demonstração para os meios de comunicação.
Os ataques habituais variam desde o roubo de petróleo até ao rapto de trabalhadores de plataformas para a obtenção de resgate.
Especialistas de segurança marítima referem que estes militantes, que se encontram activos há vários anos inspiraram outros piratas a armarem-se e a realizarem ataques lucrativos, ao logo da costa da África Ocidental, desde os Camarões e mais recentemente na Guiné Equatorial, o Togo até ao novo produtor de petróleo, o Ghana.
Ao largo das costas de outra nação, o Benin, mais de uma vintena de ataques piratas ocorreram este ano, após não se ter registado nenhum em 2010.
Especialistas referem ser muito difícil obter dados estatísticos, mas que é claro que os ataques estão a estender-se ao longo da costa e a serem cada vez mais frequentes.
Daniel Whiteneck, do Centro de Analises Navais, sediado nos Estados Unidos, considera não ser surpresa que as actividades de pirataria são fáceis e de se manterem no Golfo da Guiné.
“Não é dispendioso enveredar por roubos no mar, destruir e ocupar instalações. Não é necessário grande investimento de capital para se tornar em pirata, e ter êxito”.
A fraca segurança local e uma linha costeira com muitos esconderijos contribuem para o problema.
Os especialistas destacam, que há poucos anos, os ataques de pirataria na África Ocidental habitualmente consistia de cinco a seis piratas num barco rápido, agora envolvem até 20 piratas em cinco ou seis embarcações.
Os piratas no Golfo da Guiné atacam navios para obter dinheiro, valores e carga.
No entanto os especialistas indicam que os interesses petrolíferos continuam a ser os alvos mais lucrativos para os piratas da costa ocidental de África. Com a descoberta de petróleo mais ao largo e em águas profundas, as instalações petrolíferas tornam-se mais vulneráveis a ataques.
Os especialistas de segurança marítima recomendam uma melhor partilha de informação, a formação de forças navais nacionais e regionais, e a criação de melhor enquadramento legal para lidar com os piratas quando forem capturados.
Fonte: VOA
Foto: ASSOCIATED PRESS