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Sábado, Novembro 23, 2024

África do Sul: Morreu Denis Goldberg, companheiro branco de Mandela no combate ao Apartheid

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Por ser branco, Denis Goldberg, passou 22 anos preso numa cadeia para brancos, sendo, assim, obrigado a ficar longe dos seus companheiros de combate contra o regime racista sul-africano que estavam, com Nelson Mandela, detidos pelas mesmas razões na famosa prisão de Robben Island, destinada aos combatentes negros. Morreu na noite de quarta-feira, pouco antes da meia-noite, aos 87 anos.

Foi em 1964, dois anos depois de Nelson Mandela ter sido detido, que Denis Goldberg foi condenado por traição e enjaulado por 22 anos pela sua actividade anti-apartheid, tendo mantido até ao seu desaparecimento físico a mesma convicção sobre a importância da luta travada até 1994, quando Mandela foi eleito o primeiro Presidente de uma África do Sul libertada.

Sendo judeu, filho de imigrantes vindos em família do Reino Unido, nasceu em 1933 na Cidade do Cabo, e, como o próprio descreveu num dos seus muitos registos, compreendeu que o que se passava na África do Sul sob o domínio do regime racista era “muito semelhante ao que ocorrera com a Alemanha Nazi”, que perseguiu e matou mais de 6 milhões de judeus, para além de ciganos, negros, deficientes…

Antes da sua condenação a 22 anos de cadeia em 1964, quatro anos antes, em 1960, já tinha passado quatro meses preso por participar numa manifestação contra o regime após a polícia ter matado a tiro 69 pessoas durante o famoso massacre de Sharpeville, tendo entrado oficialmente nesse momento para o braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC).

Seria detido em Rivonia, próximo de Joanesburgo, durante um raide policial, em 1963, quando preparava mais uma acção com outros combatentes do ANC, o que lhe valeu 22 anos de cárcere.

Mandela sempre elogiou Goldberg a quem não se cansava de reconhecer um sentido de humor excepcional, especialmente durante o julgamento que ficou para a história como Julgamento de Rivonia, onde foram ambos condenados, entre outros.

O duplo castigo do regime foi enviá-lo para uma prisão destinada a brancos, em Pretória, quando os seus companheiros acabaram na distante prisão de Robben Island.

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