O Presidente Cyril Ramaphosa colocou, ontem, o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, em “licença especial”, enquanto estiver a decorrer a investigação contra ele por alegados pagamentos multimilionários irregulares no âmbito de contratos ligados à Covid-19.
A Presidência da República sul-africana, adiantou, em comunicado, divulgado na sua página na Internet, que “este período de “licença especial” permitirá ao ministro atender a denúncias e investigações relativas a contratos entre o Ministério da Saúde e um prestador de serviços, a Digital Vibes”.
O comunicado refere que “a Unidade de Investigações Especiais (SIU) está a investigar o caso e o Presidente aguarda um relatório sobre os resultados”. A ministra do Turismo, Mmamoloko Kubayi-Ngubane, exercerá o cargo interinamente, adianta a nota.
No dia 02 de deste mês, numa comunicação ao Parlamento, o director do SIU, Andy Mothibi, referiu que a instituição que dirige , está a investigar o desvio de cerca de 842,8 milhões de euros, gastos em despesas para o combate à Covid-19, sendo alguns familiares do ministro da Saúde, Zweli Mkhize, que é próximo do Presidente Cyril Ramaphosa, suspeitos de participarem no descaminho deste verba.
A mais recente denúncia, visa a empresa de relações públicas e comunicação Digital Vibes, que foi contratada pelo Ministério da Saúde para trabalhar na comunicação das políticas públicas relativas à Covid-19, desde Março de 2020.
A imprensa sul-africana revelou que o ex-porta-voz do ministro da Saúde, Tahera Mather, e a sua assistente pessoal, Naadhira Mitha, teriam recebido irregularmente milhões de rands através de serviços de comunicação em torno da pandemia , que, por sua vez, teria beneficiado financeiramente e materialmente também o filho do ministro Mkhize.
O ministro Zweli Mkhize, antigo tesoureiro e membro da Direcção do Congresso Nacional Africano (ANC), é o mais recente governante sul-africano a enfrentar novo escândalo de corrupção pública no país, depois de o partido no poder ter suspendido recentemente o seu secretário-geral, Ace Magashule, que também está a contas com a Justiça num caso de alegada fraude e corrupção de 13,5 milhões de euros.