Delegados do partido Congresso Nacional Africano (ANC) escolhem hoje um novo líder partidário. De um lado, Cyril Ramaphosa; do outro, o antigo ministro da saúde, Zweli Mkhize.
O vencedor concorrerá à presidência sob a bandeira do partido ANC nas eleições nacionais em 2024 e tem mais ou menos a garantia de se tornar Presidente nas quase três décadas desde que Nelson Mandela pôs fim ao domínio da minoria branca no país.
E fala-se em “mais ou menos a uma certeza” porque a popularidade do ANC diminuiu nos últimos tempos, e o partido enfrenta a possibilidade de perder a sua maioria pela primeira vez.
Mais de 4.400 delegados na conferência de cinco dias do ANC, em Joanesburgo, devem decidir qual dos dois candidatos é o melhor colocado para reavivar a sua sorte. Neste sábado (17.12), nomearam os dois candidatos antes da votação de hoje.
Os apoiantes de Ramaphosa torcem para que ele assinale um segundo mandato como líder. Entretanto, os apoiantes de Zweli Mkhize cantam “mudança” e dizem que “ele (Ramaphosa) não vai voltar!”.
Alegações de compra de votos
O porta-voz nacional do ANC, Pule Mabe, disse aos jornalistas que o partido iria investigar as alegações de compra de votos. “Temos de tomar medidas contra os indivíduos que o fazem”, disse Mabe.
KwaZulu-Natal, o Cabo Oriental e Limpopo são as três províncias com o maior número de eleitores, que representam a maior oscilação de votos.
Com a maioria dos delegados de voto registados, KwaZulu-Natal apoia Mkhize; enquanto o Cabo Oriental e o Limpopo estão a apoiar Ramaphosa.
Neste fim de semana, os membros dos dois ramos do ANC, de todas as províncias, faziam as suas últimas tentativas para persuadir os delegados a votar nos seus candidatos.
Ramaphosa, o favorito?
Ramaphosa era o favorito, até ter sido pressionado a renunciar depois de um escândalo envolvendo a descoberta de dinheiro numa propriedade sua. Ele negou qualquer delito e não foi acusado de qualquer crime.
Já os apoiantes de Mkhize incluem os apoiantes do ex-presidente Jacob Zuma.
Ramaphosa suspendeu Mkhize por alegações de corrupção em licitações relacionadas à pandemia de Covid-19, no ano passado, mas o ex-ministro nega.
Zuma enfrenta também várias investigações de corrupção relacionadas com os seus nove anos no cargo antes de Ramaphosa assumir o poder em 2018, o que também ele nega.
Os 4.426 delegados votarão também nos outros seis primeiros lugares do ANC, que incluem o vice-presidente e o presidente nacional.
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