A mesa redonda subordinada ao tema “Manuel Rui: A riqueza de uma personalidade”, numa iniciativa da Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, no âmbito do 79º aniversário do escritor angolano, foi adiada “sine die”.
O autor de “Janela de Sónia”, “Regresso Adiado”, “Memória de Mar”, ”Crônica de um Mujimbo”, “1 Morto & Os Vivos”, “Rio Seco”, “Da Palma da Mão”, entre outras referências do mercado literário angolano, completa, nesta quarta-feira, 79 anos de idade.
O evento tem como objectivo divulgar a vida e a obra do autor no espaço académico do autor da obra “Quem Me dera ser Onda”.
Pretende-se, com efeito, homenagear o autor da obra “Quem me dera ser onda” pelo seu contributo de qualidade superior à construção do imaginário cultural angolano.
Quem é Manuel Rui
Manuel Rui Alves Monteiro nasceu no Huambo, planalto central, em 1941. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, Portugal, onde desenvolveu advocacia e foi membro fundador do Centro de Estudos Jurídicos.
Figura incontornável das artes angolanas, ao longo da sua vida de escrita, Manuel Rui manteve sempre uma estreita colaboração com diversos jornais e revistas de renome, desde os tempos de Coimbra, no triângulo da Língua Portuguesa entre Angola (Jornal de Angola, Diário de Luanda, entre outros.), Portugal (Público, Jornal de Letras) e Brasil (Terceiro Mundo).
Foi co-fundador das edições Mar Além, onde foi editada a Revista de Cultura e Literatura dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e fundador e subscritor da proclamação da União dos Escritores Angolanos (UEA), bem como da União dos Artistas e Compositores Angolanos (UNAC) e da Sociedade de Autores Angolanos.
Manuel Rui, ensaísta, cronista, dramaturgo, poeta, é igualmente o autor do Hino Nacional de Angola e de canções com parceiros como Rui Mingas, André Mingas, Paulo de Carvalho e Carlos do Carmo (Portugal), Martinho da Vila e Cláudio Jorge (Brasil).
A sua vertente literária inclui uma vasta obra de textos de poesia e de ficção publicados desde 1967 até à presente data. É o autor do primeiro livro de poesia e do primeiro livro de ficção publicado em Angola após a independência.
Galardoado com inúmeros prémios, recebeu o Prémio Caminho das Estrelas 1980, pela emblemática obra “Quem Me Dera Ser Onda”, já adaptada para televisão e teatro em Moçambique, Portugal e Angola.
Em 2003, renunciou ao Prémio Nacional de Cultura na área da Literatura pelo conjunto da sua obra.
Os seus textos encontram-se traduzidos para Umbundo, Espanhol, Francês, Hebraico e Mandarim.