VOA | Coque Mukuta
O empresário da Costa do Marfim, Dabine Dabire, solto recentemente pelo Tribunal Supremo de Angola, diz sentir-se aliviado e que vai manter-se em Angola para mostrar que nunca pretendeu extorquir o Estado.
Dabire esteve detido por um ano e quatro meses na cadeia de Viana, em Luanda, por alegada prática de crime de burla por defraudação, associação criminosa, corrupção activa e tráfico de influência”,
O advogado de defesa, Sérgio Raimundo, aponta o dedo à Procuradoria-Geral da República, que, segundo ele, só persegue os investidores africanos.
No mandado de soltura a que a VOA teve acesso, o Tribunal Supremo mandou arquivar o processo “por não existir juizo de probabilidade de que o mesmo teria cometido os crimes a que vinha acusado”.
Dabine Dabire afirma ter sido detido de forma injusta, mas mesmo assim não vai recorrer aos tribunais internacionais para responsabilizar as autoridades angolanas.
“Agora, para mim, o mais importante é olhar em frente, foi uma prisão injusta, mas não penso recorrer”, sublinha o empresário que disse esperar ter a possibilidade de executar os seus projectos “para demonstrar que em nenhum momento vim para Angola com o objectivo de esturquir o Estado angolano”.
Entretanto, o advogado do empresário, Sérgio Raimundo, afirma que Dabire “só foi preso por ser africano e que existem muitos europeus a prejudicarem o país mas não são responsabilizados”.
“É lamentavel porque o senhor só está a passar por isso por ser africano, olhe que vários europeus vêm aqui, burlam o país e não são responsabilizados”, sustentou Raimundo, dando vários exemplos, como o caso de empresários brasileiros que visitaram o país com Pelé e, depois da burla, “foram os angolanos que passaram a ser procuras pela Interpol” por terem acreditado neles e investido o seu dinheiro.
Quando chegou a Angola em 2017, Dabine Dabire comprometeu-se a investir “milhões” de dólares na construção de bairros-piloto no interior do país.
Em Maio de 2018, o Serviço de Investigação Criminal o deteve por alegadas suspeitas de que os seus projectos não eram fiáveis, acusando-o de burla ao Estado.