Uma ação judicial coletiva foi apresentada no Quénia contra a Meta, empresa-mãe do Facebook, acusado de ter permitido e até promovido discurso de ódio em África. Um dos cidadãos etíopes que se associaram é o filho de um homem morto em novembro do ano passado.
“Quando ele viu os posts que apelavam ao assassinato do pai, denunciou-os várias vezes ao Facebook. O Facebook demorou mais de um mês para responder e quando finalmente o fez, disse que ‘os posts violavam os padrões da comunidade do Facebook e que os iam eliminar’. Mas um ano depois, ainda na semana passada, um dos posts ainda estava no Facebook”, explicou Mercy Mutemi, advogada dos dois cidadãos etíopes, que apresentaram a ação, juntamente com uma ONG queniana.
“A 6 de janeiro, quando houve os distúrbios no Capitólio, medidas de emergência foram tomadas para proteger a população americana. Estamos a falar de conflitos na Etiópia. O meu cliente foi vítima disso. Por que é que não foram tomadas medidas em contextos semelhantes? Ou medidas ainda mais duras para pessoas que estão a passar por situações ainda mais terríveis?”, questionou Mercy Mutemi.
A ação judicial pretende que seja criado um fundo de 1,6 mil milhões de dólares para as vítimas do ódio e da violência incitada no Facebook.
A ONG queniana que apresentou a ação judicial, Instituto Katiba, pretende que haja mudanças no algoritmo do Facebook, que acusa de promover e espalhar o ódio.
EURONEWS