Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, o Kremlin tenta, por todos os meios, minimizar a realidade da guerra.
A descrição da invasão como uma “operação especial” e perseguição a quem ousasse chamá-la por qualquer outro nome pretende sublinhar a natureza supostamente temporária e limitada do conflito armado.
É uma tentativa de borrar a fronteira entre a guerra e a paz – o que continuou no discurso de Vladimir Putin em 21 de setembro, no qual ele anunciou uma “mobilização parcial” de reservistas.
A resistência feroz da Ucrânia, no entanto, mudou o jogo.
Alguns russos se opuseram ao ataque à Ucrânia desde o início e protestaram publicamente contra a mobilização que acaba de ser declarada. Mas outros, da extrema direita, sentem que a Rússia está se contendo demais e estão pedindo cada vez mais uma mobilização total, o bombardeio de cidades ucranianas e até mesmo o uso de armas nucleares.