As Palavras. Estas belíssimas Palavras foram ditas hoje pela Pianista, Poetisa e Compositora angolana Ana Maria de Mascarenhas. Nasceu em Luanda a 25 de Fevereiro de 1929. O título deste texto decorre de uma pergunta minha Prima BéBé de Mascarenhas para quem “Luanda e toda a Memória fazem parte do meu caminho”, diz visivelmente emocionada quanto eu por esse espaço de pertença que nenhuma Geografia do mundo retira. O seu Olhar brilha como o Sol quando se fala em Poesia, Música, Angola, Piano e tudo que o seu Doce Olhar e o seu atento ouvido como Compositora e Pianista captam e os sentidos sentem. O seu gosto musical é variadíssimo e no seu Património musical e nos históricos singles que habitam as suas estantes, estão variados nomes da Música angolana como a dos Ngola Ritmos, Lourdes Van Dunem, Belita Palma, Lili Tchumba, Sara Chaves, da sua irmã Concha de Mascarenhas, Rui Legot, Rui Minhas, Euleutério Sanches, Urbano de Castro, Sofia Rosa, David Zé, Artur Nunes, Bonga, Waldemar Bastos, Carlos Burity, a sua singular Amiga Sara Chaves passando por “Gypsy Rose “, “Step Into a Dream -White Plains”, até Astor Piazzola, Charles Azanavour, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso até Mozart e Tchaikovsky. Mas dá vasta lista, encontro Djorçon, Folclore da Guiné, Gildo de Freitas do Brasil e outra grande Amiga e Compatriota, a Saudosa Garda de Oliveira que tive a honra de conhecer e privar.
Este reencontro com a Memória faz-nos viver e percorrer Imaginários que muitas vezes querem apagar.
Mas as gavetas da Memória e os diversos Acervos musicais literários ou outros, marcam esse compasso com o tempo mesmo nas circunstâncias mais cinzentas de Existir. Por todas as razões que sempre moveram a minha querida familiar BéBé de Mascarenhas no plano musical, criativo e poético, várias Organizações como o Movimento CIDKA, a Editora Letras ao Vento e a Associação Caboverdiana de Lisboa, organizará no próximo dia 25 de Maio, Dia de Africa, uma Homenagem simbólica à Pianista e Poetisa Ana Maria de Mascarenhas e a todas as Mulheres e Homens Africanos como às Diásporas Africanas espalhadas pelo mundo. A par disso, haverá um Debate sobre “Evocar África” e será lançada uma Petição Pública sobre a criação do Museu da Escravatura em Lisboa, ideia já lançada por mim hà uns anos num Concurso de Ideias promovida pela Câmara Municipal de Lisboa. Esta iniciativa envolve membros do CIDKA, da Editora Letras ao Vento a que se associa a Associação Cabo Verdiana de Lisboa. É um resgate com a História e a Memória sem fundamentalismos, mas um meio digno de percorrer um Passado para projectar um outro Futuro e conhecimento da História e se possível trazer ao presente visões humanistas e quebrar pelo Conhecimento e pelo Saber, tabus e preconceitos. Entre Palavras, Reflexões, Olhares críticos e Música aliada a paladares como complemento a diferentes viagens a Memória. E como disse a Poetisa angolana, africana e filha do Mundo no seu Olhar Universal, “a Poesia Habita-me”. Falar sobre Nós, os Outros, quem Fomos ou Seremos é também homenagear os nossos Ancestrais e Antepassados. É importante criar novos caminhos em prol do debate sobre África e nos espaços variados do Mundo onde estão Mulheres e Homens de África.
Por Gabriel Baguet Jr