O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Yusuf Tuggar, acaba de lançar aquela que pode ser chamada a candidatura da Nigéria a um cargo permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Depois de a Embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, ter anunciado que os Estados Unidos apoiavam a criação de dois lugares permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas para África, os potenciais candidatos estão a preparar-se para concorrer aos lugares.
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África pode finalmente estar a ter o seu momento nas Nações Unidas e a Nigéria quer garantir que obtém o primeiro lugar.
A Nigéria, a nação mais populosa de África, está determinada a ocupar o lugar que considera ser de direito. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Yusuf Tuggar, está na linha da frente na busca, cortejando o apoio do resto de África com recitações de benevolência nigeriana, enquanto se defende de qualquer tentativa de vender o país a descoberto.
“Olhamos para o tamanho da Nigéria e para o facto de estar rodeada por países muito mais pequenos e, no entanto, nunca ameaçámos os nossos vizinhos”, disse o diplomata ao The Africa Report numa entrevista no seu hotel em Nova Iorque durante um curto período. “É por isso que nos damos tão bem com eles. É por isso que confiam em nós com liderança.”
Com a criação de dois lugares permanentes para a Africa no Conselho de Segurança da ONU ainda num futuro longínquo, o antigo enviado queniano à ONU, Martin Kimani, mostrou-se já preocupado com a possibilidade de criar involuntariamente uma África de “dois gigantes e 53 peixinhos”.
Entretanto, o presidente do Ruanda, Paul Kagame, pretende que a União Africana tenha um dos lugares, sendo o outro rotativo entre vários países.
O ministro nigeriano disse que estas preocupações são erradas.
“Em tempos de crise ou de desafios, é a Nigéria que é chamada a liderar… no continente africano, devido à boa vontade que a Nigéria tem e à grande voz que tem para se levantar e falar por outros países”, afirmou.
Recorda o papel da Nigéria nas lutas de libertação das décadas de 1960 e 1970, e a ajuda e assistência técnica que o país distribui hoje aos vizinhos necessitados.
“Este é o tipo de coisa que deixa outros países mais confortáveis com a liderança da Nigéria e que levaria a Nigéria a ter um lugar permanente nas Nações Unidas”, disse.