A indústria automóvel, um dos pilares da economia alemã, está em crise com a BMW alertando que os lucros serão afetados por um dispendioso problema de freio e a Volkswagen eliminando a segurança de emprego que os trabalhadores desfrutam há três décadas. Esses problemas estão a contribuir para agravar a crise resultante da concorrência de veículos elétricos importados da China.
As ações da BMW caíram depois que a empresa divulgou o custo crescente de um recall que afetou 1,5 milhão de veículos devido a falhas nos seus sistemas de freios. Por seu lado, a Volkswagen confirmou os planos de encerrar as garantias de emprego na Alemanha, lamentando a perda de competitividade do país.
A situação da indústria automóvel desferiu um golpe adicional na economia alemã, que está cambaleando desde que a Rússia cortou o fornecimento de gás barato. As fabricas do país têm lutado com a transição para veículos elétricos, e a BMW disse que a demanda morna na China representa uma ameaça adicional às vendas e aos lucros.
A decisão de encerrar os acordos de segurança de emprego coloca a VW em confrontos prolongados com representantes sindicais. Os cortes na empresa sediada em Wolfsburg são mais difíceis de serem aprovados do que em outros lugares. Metade dos assentos em seu conselho de supervisão são ocupados por representantes trabalhistas, e o estado alemão da Baixa Saxônia — que possui uma participação de 20% — frequentemente fica do lado de órgãos sindicais.
A Volkswagen, que emprega quase 300.000 pessoas na Alemanha, defendeu os seus planos de fechamento de fábricas, dizendo que as vendas fracas de carros deixaram cerca de duas fábricas a mais.
Agora, a BMW, um raro ponto brilhante entre os baluartes industriais da Alemanha, teve as suas asas cortadas pela Continental, outro exemplo de uma empresa centenária lutando na transição para EVs.
Os problemas são um revés para uma empresa que tem se saído melhor do que alguns de seus rivais em EVs. A BMW ultrapassou a Tesla Inc. e liderou o mercado de veículos elétricos da Europa pela primeira vez em julho.
A BMW, que vendeu 2,25 milhões de veículos no ano passado em suas marcas de identificação e Mini, está examinando se os reparos podem ser feitos por meio de uma atualização de software ou precisam de consertos físicos, de acordo com o porta-voz. O recall deve ser concluído este ano, com uma chance de alguma ultrapassagem até 2025.
A BMW, que previu anteriormente uma ligeira queda nos lucros antes dos impostos, disse que o recall resultará em custos adicionais de garantia na faixa de três dígitos milhões no terceiro trimestre. A fábrica disse que está atualmente a avaliar reivindicações de indenização contra a Continental.
