Os trabalhos, iniciados em Junho do ano passado que devem estar concluídos em Novembro, permitiram a terraplanagem de mais de 60 quilómetros, 12 dos quais, entre a rotunda do aeroporto da cidade do Dundo e as imediações do Instituto Médio Politécnico 28 de Agosto, estão asfaltados
O responsável pela obra disse ao Jornal de Angola que o atraso verificado nos trabalhos se deve “às constantes chuvas e ao atraso na chegada dos equipamentos”.
Com a entrada em funcionamento da central de betuminoso, instalada no bairro Sombueji, a 30 quilómetros da cidade do Dundo, afirmou, os técnicos podem imprimir mais dinâmica ao trabalho.
Paulo Matos prometeu que “vão ser redobrados os esforços” para neste primeiro trimestre metade dos trabalhos estarem prontos e garantiu que foram tomadas precauções para preservação do ambiente.
Dimensão do Projecto
A Estrada Nacional 180, após a conclusão das obras, passa a ter nove metros de largura, duas faixas de rodagem e sistema de sinalização horizontal e vertical.
Cada faixa de rodagem, declarou Paulo Matos, tem uma berma de dois metros de largura, o que facilita o estacionamento e a reparação de viaturas avariadas na estrada, mas também garante a segurança de peões e motociclistas.
O projecto, referiu, prevê o reforço do sistema de drenagem das águas pluviais, o que assegura a consistência e duração da infra-estrutura. O sistema de drenagem está concluído até ao Rio Camundembele, numa distância aproximada de 15 quilómetros.
Força de trabalho
Paulo Matos disse que numa primeira fase trabalham no projecto 150 pessoas, alguns delas jovens que frequentaram centros de Formação Profissional e outros que perderam o emprego em empresas diamantíferas devido à crise financeira mundial.
A partir deste mês a empresa responsável pela obra vai recrutar mais cem pessoas, a quem vai dar formação, “por se aproximar o período em que se pretende imprimir maior dinamismo aos trabalhos”.
Nesta fase são utilizadas cerca de cem máquinas pesadas em serviços de transportes, terraplanagem, escavação, carga e desmatação, além de niveladoras, pás carregadoras, cilindros e 56 camiões.
O estaleiro, que ainda funciona a 60 por cento, tem capacidade para 300 pessoas.
Em relação aos inertes, Paulo Matos disse que a obra conhece em breve “outros níveis de execução”, pois a empresa passou a ter duas centrais de britagem e uma oficina que começa a funcionar nos próximos dias.
Com esses serviços a funcionar, declarou, possível desenvolver até à conclusão da obra um trabalho mais célere e com a qualidade desejada.
Utentes da via
Rodrigues Lourenço, motorista de uma empresa de camionagem, referiu ao Jornal de Angola que a reabilitação da Estrada Nacional 180 “é ponto de partida no combate às assimetrias regionais por a ligação por estrada ao leste do país ser feita com imensas dificuldades”.
As obras, salientou, são prova evidente que o país está em fase de reconstrução e que “o Executivo continua apostado em melhorar as condições de vida da população, com a criação de condições básicas, entre as quais estão as vias de comunicação que têm um papel importante no desenvolvimento de Angola”.
O camionista lamentou que haja empresas de transporte de passageiros e mercadorias a perderem dinheiro devido ao mau estado das estradas.
“As viaturas chegam a ficar paradas três dias por causa de inúmeros buracos que há ao longo da via”, disse.
João Pico é um dos operários da obra. Em 2008 perdeu o emprego no projecto mineiro de Calonda, no município do Lucapa, devido à crise financeira mundial. Afirmou ao Jornal de Angola estar satisfeito por ter arranjado emprego, que lhe permite sustentar a família e comprar o material escolar para os filhos, e orgulhoso por contribuir no processo de reconstrução nacional. (jornaldeangola.com)